Setor de serviços cresce 8,3% em 2022 e BATE RECORDE no país
Serviços respondem por quase 70% do PIB brasileiro
O volume de serviços no país cresceu 8,2% em 2022, na comparação com o ano anterior. Com isso, o setor alcançou o maior nível já registrado pela série histórica, ficando 14,4% acima do nível registrado em fevereiro de 2020, último mês antes da decretação da pandemia da covid-19.
Em resumo, a crise sanitária é um marco muito importante para a análise do desempenho do setor de serviços. Isso porque a pandemia afundou a atividade devido à restrição da circulação das pessoas no país, reduzindo significativamente a influência exercida na atividade econômica brasileira.
Em 2021, os serviços começaram a se estabilizar no país, mas sem registrar um crescimento muito expressivo. No entanto, em 2022, o setor mostrou uma recuperação muito firme e conseguiu bater recorde na série iniciada em 2011.
De acordo com o analista da pesquisa, Luiz Almeida, a retomada de serviços presenciais explicam a forte expansão do setor de serviços em 2022. E isso foi impulsionado, principalmente, pelo ramo de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, que disparou 13,3% no ano passado.
“O setor de transportes cresce desde 2020, mas com dinâmica diferente: inicialmente, por causa da área de logística, com alta nos serviços de entrega, em substituição às compras presenciais”, explicou Almeida, referindo-se às mudanças provocadas pela pandemia.
“Já em 2022, há a manutenção da influência do transporte de carga, puxado pela produção agrícola, mas também pela reabertura e a retomada das atividades turísticas, impactando o índice no transporte de passageiro”, acrescentou.
A propósito, os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Veja as atividades que se destacaram em 2022
De acordo com o IBGE, quatro das cinco atividades pesquisadas do setor de serviços cresceram no acumulado de 2022, em comparação ao ano anterior. Veja abaixo as variações de cada uma delas:
- Serviços prestados às famílias (+24,0%);
- Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (+13,3%);
- Serviços profissionais, administrativos e complementares (+7,7%);
- Informação e comunicação (+3,3%);
- Outros serviços (-2,1%).
Embora o ramo de serviços prestados às famílias tenham apresentado o maior crescimento percentual, foram os transportes que mais influenciaram o setor em 2022, impulsionando-o para o recorde da série histórica.
Por sua vez, o ramo de serviços profissionais, administrativos e complementares exerceu o segundo maior impacto no setor. O IBGE ressaltou o bom desempenho de empresas de locação de automóveis, serviços de engenharia, soluções de pagamentos eletrônicos e organização, promoção e gestão de feiras, congressos e convenções.
Em seguida, ficaram os serviços prestados às famílias, impulsionado por segmentos como restaurantes, hotéis, buffet, catering e condicionamento físico. Vale destacar que esse ramo foi bastante impactado em 2020 pela pandemia.
Em síntese, a crise sanitária afetou fortemente o ramo de transportes, principalmente o aéreo. Dessa forma, atividades que se baseavam nos serviços prestados às famílias também afundaram, e 2022 ficou marcado pela retomada de ambos os setores no Brasil.
Outros serviços encolhem e limitam setor
Apesar de quatro ramos do setor de serviços terem encerrado 2022 em alta, houve uma exceção. A saber, o ramo de outros serviços encolheu no ano passado, na comparação com 2021, e isso aconteceu por causa do fraco desempenho de serviços auxiliares.
Segundo o IBGE, a queda ficou disseminada, englobando corretoras de títulos e valores mobiliários, administração de bolsas e mercados de balcão organizado, e administração de fundos por contrato ou comissão.
“Durante os períodos de isolamento mais severos, as famílias de maior renda, que participam mais desse segmento, realocaram o gasto para esse setor. Com a retomada pós-isolamento, a leitura é que a distribuição investimentos mudou, com uma realocação dos gastos familiares”, explicou o analista da pesquisa.
Veja os estados que se destacaram
A pesquisa também revelou quais estados exerceram as maiores influências positivas na taxa nacional. Em suma, o setor de serviços cresceu em 26 unidades federativas (UFs). A única exceção foi o Distrito Federal, onde a atividade recuou 1,6% em relação a 2021.
Em contrapartida, o setor recebeu o maior impacto positivo de São Paulo. Contudo, outros estados também se destacaram em 2022. Veja abaixo os principais resultados, em ordem de influência na taxa nacional:
- São Paulo: +9,7%
- Minas Gerais: +11,2%
- Rio de Janeiro: +4,0%
- Rio Grande do Sul: +11,3%
- Pernambuco: +11,2%
- Paraná: +4,4%
- Mato Grosso: +13,8%
Por fim, vale destacar que os serviços respondem por quase 70% do PIB brasileiro. Além disso, o setor é considerado o maior empregador do país, segundo o IBGE. Isso quer dizer que, quanto mais o setor crescer, mais a economia brasileira vai avançar.