“Outros serviços” e serviços ofertados pelo governo, que estiveram entre os mais afetados pela pandemia, ainda estão abaixo do patamar do último trimestre de 2019, 1,4% e 1,7% respectivamente, informa o Relatório Oficial do Banco Central do Brasil (BCB).
Serviços ofertados pelo governo e as atividades do setor industrial
No setor industrial, que contraiu 1,2% no quarto trimestre e voltou a ficar 0,4% abaixo do patamar pré-pandemia, a queda foi disseminada entre as atividades, informa o recente Relatório divulgado pelo Banco Central do Brasil (BCB).
Crescimento no setor de construção
A exceção foi a construção, que cresceu 1,5% no trimestre e encontra-se 8,4% acima do nível do final de 2019. Sob a ótica da demanda final, o consumo do governo apresentou novo avanço, mas ainda se encontra 0,7% abaixo do nível do quarto trimestre de 2019. O consumo das famílias também cresceu no trimestre e está 1,3% abaixo do nível pré-pandemia.
Pesquisa Mensal do Comércio (PMC)
Indicador construído com dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) e da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) sugere que, assim como no trimestre anterior, houve expansão do consumo de serviços e queda no de bens.
A FBCF cresceu 0,4% no trimestre e está 16,9% acima do nível observado antes da pandemia. Após crescer em novembro (0,5%) e dezembro (0,3%) – mês em que se observou variação positiva nos indicadores mensais da produção industrial, do comércio varejista e do setor de serviços –, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil (IBC-Br) diminuiu em janeiro (-1,0%).
O desempenho da produção industrial
Parte relevante do crescimento em dezembro e do recuo no mês seguinte está associada ao desempenho da produção industrial, fortemente impactado pelo setor automotivo em particular. Mesmo diante de aumento significativo de casos e óbitos por Covid-19 em janeiro e fevereiro, um risco mencionado no RI anterior, o impacto econômico pareceu limitado.
Em comparação ao ocorrido em outros momentos agudos da crise sanitária, não se percebeu resposta substancial da mobilidade. Nesse contexto, apesar da queda disseminada da confiança de empresários e consumidores no mês, o comércio varejista e o volume dos serviços ficaram relativamente estáveis em janeiro.
Sinais mistos para o desempenho da economia
Indicadores coincidentes mais tempestivos trazem sinais mistos para o desempenho da economia em fevereiro e início de março. Ressalta-se que a incerteza ao redor da projeção é maior do que a usual, particularmente em virtude da rápida alteração no cenário global com o recrudescimento das tensões geopolíticas, define a análise oficial do Banco Central do Brasil (BCB).