‘1° a saúde, sem saúde não há economia’, afirma Paulo Guedes contradizendo Bolsonaro
O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu a vacinação em massa contra Covid-19, dizendo que a saúde deve vir em primeiro lugar, pois sem ela não existe economia.
A declaração de Guedes foi dada em vídeo divulgado nesta quinta (4) e contraria falas feitas no mesmo dia pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que chamou de ‘idiota’ quem pede para o governo comprar vacinas e ainda classificou como ‘mimimi’ e ‘frescura’ as recomendações pelo distanciamento social para conter o avanço da Covid-19.
No vídeo, o ministro da Economia aparece ao lado do relator da PEC emergencial, Márcio Bittar (MDB), aprovada pelo Senado nesta quinta (4). Guedes comemorou a aprovação.
“Nós precisamos de saúde, emprego e renda. Primeiro, a saúde. Sem saúde, não há economia. E, da mesma forma, a vacinação em massa é o que vai nos permitir manter a economia em funcionamento”, afirma o ministro no vídeo.
“Essa é a nossa pauta e nós vamos enfrentar esse desafio terrível que nós estamos enfrentando com a mesma coragem, a mesma determinação e a mesma cooperação de sempre”, acrescentou Paulo Guedes.
O Brasil vive o pior momento desde o começo da pandemia de Covid-19, que já matou 260.970 pessoas no país e é responsável pela alta taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) em mais da metade dos estados brasileiros.
Bolsonaro coloca Economia na frente da Saúde
Indo na contramão da fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em evento em Uberlândia (MG), chamou de ‘idiota’ quem pede para o governo comprar vacinas contra Covid-19, completando com “Só se for na casa da tua mãe. Não tem [vacina] para vender no mundo.”.
A fala de Bolsonaro contradiz até mesmo as próprias ações do governo federal, que essa semana manifestou interesse em comprar vacinas da Pfizer e da Janssen, dizendo que as negociações estariam adiantadas e incluem o total de 138 milhões de doses de imunizantes contra Covid-19.
Na mesma quinta-feira (4), Bolsonaro viajou a Goiás, onde participou de um encontro com produtores rurais e, em seu discurso, classificou como ‘mimimi’ e ‘frescura’ as recomendações pelo distanciamento social para evitar o colapso do sistema de saúde no país. Ele ainda questionou “Vão ficar chorando até quando?”.
“Vocês [produtores rurais] não ficaram em casa, não se acorvadaram. Temos que enfrentar nossos problemas. Chega de frescura, de mimimi, vamos ficar chorando até quando? Respeitar obviamente os mais idosos, aqueles que têm doenças. Mas onde vai parar o Brasil se nós pararmos?”, afirmou o presidente.