‘Chega de mimimi’, diz Bolsonaro sobre recomendação de lockdown para evitar colapso na Saúde

Nesta quinta (04), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atacou a recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde) que defende o lockdown para evitar o colapso no sistema de Saúde por conta do avanço da Covid-19.

Em meio ao pior momento do país na pandemia, Bolsonaro classificou como ‘frescura’ e ‘mimimi’ as recomendações de isolamento social e fechamento de serviços não essenciais, indo na contramão do que dizem as autoridades médicas no Brasil e no mundo.

As declarações foram dadas durante evento de inauguração de um trecho da ferrovia Norte-Sul em São Simão (GO), que facilitará o transporte da produção agrícola do sudeste goiano até o porto de Santos (SP). O presidente falou diretamente aos produtores rurais da região.

“Vocês [produtores rurais] não ficaram em casa, não se acorvadaram. Temos que enfrentar nossos problemas. Chega de frescura, de mimimi, vamos ficar chorando até quando? Respeitar obviamente os mais idosos, aqueles que têm doenças. Mas onde vai parar o Brasil se nós pararmos?”, afirmou o presidente.

Também participaram do evento os ministros Onyx Lorenzoni (Secretaria-Geral), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Tarcísio Freitas (Infraestrutura) e Fábio Faria (Comunicações), além do vice-governador de Goiás, Lincoln Tejota (Cidadania), que representou o governador Ronaldo Caiado (DEM), em recuperação de uma infecção urinária.

Lockdown fez Portugal controlar o avanço da Covid-19

Ao contrário do que defende Bolsonaro, o lockdown foi adotado por outros países, como Portugal, que endureceu as medidas de isolamento social quando enfrentou os piores dias da pandemia de Covid-19 em janeiro de 2021, quando o país ficou à beira do colapso do sistema de saúde e foi obrigado a pedir ajuda à nações vizinhas para tratar os doentes.

Com a imposição do lockdown em Portugal a partir do dia 22 de janeiro, e ainda sem data para terminar, o número de pessoas hospitalizadas com Covid-19 caiu 73% entre 1° de fevereiro e 03 de março, passando de 6.775 para 1.827.

O número de óbitos também caiu: em 31 de janeiro Portugal registrou o recorde de 301 mortes por Covid-19, enquanto em 03 e março foram 41 óbitos.

Mesmo com a queda de novos casos e óbitos por Covid-19, o primeiro-ministro do país, António Costa, pediu para que a população siga usando máscara e respeitando as restrições de circulação.

“A ideia de que uma tragédia não se repete é falsa, pode acontecer de novo se as pessoas repetirem os mesmos comportamentos”, afirmou

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