SALÁRIO MÍNIMO do Brasil vai subir para R$ 6.000? Veja agora

Notícias sobre o salário mínimo sempre chamam a atenção dos trabalhadores do país. Todos os anos, o Governo Federal reajusta o piso nacional, aumentando o poder de compra da população, mas o aumento nunca atinge as expectativas das pessoas.

Em vez de aumentar alguns reais, os trabalhadores queriam que o reajuste elevasse o salário mínimo em milhares de reais. Já imaginou se o piso nacional superasse R$ 6 mil? Seria um valor quase cinco vezes maior que o salário vigente no país, de R$ 1.320. E esse deveria ser o salário mínimo do Brasil, ao menos segundo o Dieese.

De acordo com o levantamento mais recente divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo deveria ter sido de R$ 6.294,71 em novembro. Esse valor projetado pelo Dieese é 4,77 vezes maior que o salário mínimo atual.

O valor projetado pelo Dieese é  um reflexo das dificuldades que os trabalhadores do país enfrentam todos os meses. Isso porque a remuneração deveria ser capaz de suprir todas as necessidades básicas dos trabalhadores e suas famílias, englobando alimentação, saúde, educação e lazer, entre outros.

Entretanto, o salário mínimo do Brasil continua bem menor do que deveria. Portanto, as famílias que recebem o piso salarial sofrem para viver dignamente, uma vez que o valor do salário não é capaz de suprir as necessidades básicas da população brasileira.

Salário mínimo do Brasil deveria ter sido de R$ 6.294,71 em novembro
Salário mínimo deveria ter sido de R$ 6.294,71 em novembro, 4,77 vezes maior que o vigente. Imagem: Agência Brasil.

Salário mínimo ideal x cesta básica

O Dieese divulga mensalmente uma pesquisa sobre as variações dos preços dos itens que compõem a cesta básica. A partir destes dados, a entidade calcula o salário mínimo ideal do país, levando em consideração o valor da cesta básica mais cara do país no mês.

Segundo a entidade, o salário mínimo ideal do Brasil seria aquele capaz de suprir as necessidades da população. Para definir qual seria o valor ideal para os trabalhadores do país as estimativas consideraram a cesta básica de São Paulo, que foi a mais cara do país no mês passado.

Em síntese, o valor da cesta básica se refere ao conjunto de alimentos básicos, aqueles necessários para as refeições de uma pessoa adulta durante um mês. O cálculo do Dieese considera uma família composta por dois adultos e duas crianças.

Aliás, desde 1938 há uma lista que define os alimentos essenciais para a sobrevivência de uma família. Essa lista é composta por 13 itens básicos e possui regulamentação devido a um decreto. Confira abaixo quais são os itens:

  1. Carne;
  2. Leite;
  3. Feijão;
  4. Arroz;
  5. Farinha;
  6. Batata;
  7. Legumes;
  8. Pão;
  9. Café;
  10. Frutas;
  11. Açúcar;
  12. Óleo;
  13. Manteiga.

Trabalhador compromete mais da metade do salário

O levantamento do Dieese considerou a cesta básica mais cara do país em agosto para estimar qual deveria ser o salário mínimo do país. No mês passado, São Paulo teve a cesta mais cara, custando R$ 749,28. A propósito, a cesta básica ficou mais cara em 9 das 17 capitais pesquisados em novembro.

A pesquisa comparou o custo da cesta com o salário mínimo líquido. Nesse caso, o Dieese levou em consideração os descontos referentes à Previdência Social, de 7,5%. Assim, o valor da cesta básica correspondeu a 56,8% do salário mínimo vigente no país (R$ 1.320).

Em outras palavras, o trabalhador que recebeu o piso nacional em novembro, e morava em São Paulo, gastou mais da metade da sua renda para adquirir uma cesta básica.

Cesta básica consome mais de 100 horas de trabalho

Além disso, a pesquisa também mostrou o tempo médio necessário para que um trabalhador de São Paulo adquirisse produtos da cesta básica. A saber, os profissionais do estado precisaram trabalhar 124 horas e 53 minutos em outubro para comprar os produtos.

A média nacional também ficou bastante elevada no mês passado. Contudo, o tempo a ser trabalhado no Brasil, em geral, não foi tão elevado quanto o da capital catarinense, chegando a 107 horas e 29 minutos.

Inclusive, esse valor ficou bem menor que o tempo de São Paulo porque os demais locais pesquisados tiveram cestas básicas mais baratas no mês. Assim, puxaram a média nacional para baixo.

Por falar nisso, segundo os dados do Dieese, a cesta básica mais barata do país foi a de Aracaju (R$ 516,76). Se essa tivesse sido a cesta básica mais cara do país em outubro, o salário mínimo deveria ter sido R$ 4.341,31, valor 31% menor que o salário estimado em relação a São Paulo, porém, ainda bem maior que o piso nacional vigente.

Por fim, em Aracaju, o trabalhador precisou trabalhar 86 horas e 8 minutos em novembro para adquirir uma cesta básica. Em resumo, a pessoa que morava na capital sergipana trabalhou quase 39 horas a menos do que em São Paulo para comprar essa mesma cesta básica.

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