Saída da Ford reflete processo de desindustrialização?
Seria a saída da Ford um processo de desindustrialização do país? É o que afirma o economista Nelson Marconi, que coordenou o programa econômico do então candidato a presidente da República Ciro Gomes (PDT) em 2018. Esta seria apenas mais uma etapa.
Para ele, o problema vai além do “Custo Brasil” tão criticado com a saída da Ford. “Falta uma estratégia do governo de exportação. Agora, uma coisa é falar que estamos fazendo uma abertura comercial e o governo propor a abertura de compras públicas a empresas estrangeiras. Quer dizer, nós estamos fazendo o contrário dos outros países. A abertura comercial que a gente tem que fazer é estimular a exportação, não o contrário”, pontuou.
Fechamento da Ford
A Ford anunciou na segunda-feira (11) que encerrará sua produção de veículos no Brasil com o fechamento das fábricas em três cidades: Camaçari (BA), Taubaté (SP) e Horizonte (CE).
A fábrica no estado do Ceára deve ser a última a fechar, como previsão para que encerre suas atividades no quarto trimestre de 2021. A produção só deve continuar devido a necessidade de peças para suprir o estoque de pós-venda do 4×4 T4, da Troller.
Sendo que será encerrará as vendas dos modelos EcoSport, Ka e T4 assim que terminarem os estoques. Eles são produzidos em Camaçari (BA) e Taubaté (SP).
O mercado brasileiro será abastecido com veículos produzidos principalmente na Argentina e no Uruguai. Nesses países não há previsão de encerramento de atividades pode parte da montadora, pelo menos nada foi divulgado até agora.
“O fechamento da Ford é uma demonstração da falta de credibilidade do governo brasileiro, de regras claras, de segurança jurídica e de um sistema tributário racional. O sistema que temos se tornou um manicômio nos últimos anos, que tem impacto direto na produtividade das empresas”, afirmou Rodrigo Maia por meio de suas redes sociais.