Safra de grãos brasileira deve bater RECORDE em 2023, estima IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou sua mais nova estimativa para a safra de grãos de 2023. Desde março deste ano que os prognósticos do instituto estão crescendo em relação à projeção anterior, e isso também aconteceu em setembro, que teve estimativas ainda mais animadoras que as anteriores.

De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), a produção nacional de grãos, cereais, leguminosas e oleaginosas deve totalizar 317,3 milhões de toneladas neste ano.

A última estimativa apontava para uma safra de grãos de 318,1 milhões de toneladas em 2023. Isso quer dizer que as projeções para a colheita encolheram 0,3% em relação a setembro, queda que corresponde a 803,2 mil de toneladas.

Embora as estimativas tenham encolhido em relação ao prognóstico anterior, o resultado continua muito positivo em na comparação com a safra obtida em 2022. Nessa base comparativa, a colheita deverá ter um crescimento de 20,6%. Este percentual representa um aumento de 54,1 milhões de toneladas em relação à colheita brasileira do ano passado (263,2 milhões de toneladas).

Vale destacar que essa estimativa do IBGE representa um recorde para a safra de grãos do Brasil. Aliás, o IBGE também prevê que as safras de soja e milho registrem os maiores níveis históricos em 2023, impulsionando assim a safra nacional de grãos.

Produções de soja e milho devem bater recorde

Segundo o IBGE, a produção de soja deve totalizar 151,8 milhões de toneladas neste ano. Isso representa um crescimento de 27% na comparação com a safra de 2022.

Inclusive, o aumento ficou tão expressivo assim devido às dificuldades enfrentadas em 2022, que enfraqueceram a base de comparação. Além disso, a produção recorde de soja neste ano também ajudou a impulsionar a diferença percentual em relação ao ano anterior.

Já em relação ao milho, a estimativa do IBGE ficou em 131,7 milhões de toneladas. Em resumo, esse valor se divide nas duas safras do grão, com a 1ª safra devendo totalizar 28 milhões de toneladas e a 2ª safra chegar a 103,7 milhões de toneladas de milho. As novas projeções representam uma forte alta de 19,5% em relação à colheita de 2022.

Produção de grãos do Brasil deve bater recorde em 2023, impulsionada pelas safras da soja e do milho
Produção de grãos deve bater recorde em 2023, impulsionada pelas safras da soja e do milho. Imagem: Pixabay.

Centro-Oeste lidera produção de grãos

Além disso, o IBGE revelou que houve alta nas projeções de duas regiões em relação ao prognóstico anterior: Norte (1,3%) e Centro-Oeste (0,3%). Por sua vez, os novos prognósticos se mantiveram estáveis nas regiões Nordeste e Sudeste, mas caíram 1,9% no Sul.

Já na comparação com a safra de 2022, todas as regiões brasileiras tiveram resultados positivos. Em suma, o maior avanço anual deverá ser registrado pelo Sul (23,9%), seguido por Centro-Oeste (23,6%), Norte (23,0%), Sudeste (9,2%) e Nordeste (7,5%).

Segundo o Instituto, o Centro-Oeste deverá concentrar 50,9% da produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas. Em segundo lugar, com uma taxa quase duas vezes menor, deverá ficar o Sul (25,7%), seguido por Sudeste (9,6%), Nordeste (8,6%) e Norte (5,2%).

No que se refere às unidades federativas (UFs), o Mato Grosso deverá ser o maior destaque nacional. Em resumo, o estado é o maior produtor de grãos do país, respondendo por 31,4% da produção nacional.

Na sequência, deverão ficar Paraná (14,4%), Goiás (10,3%), Mato Grosso do Sul (9,0%), Rio Grande do Sul (9,0%) e Minas Gerais (6,1%). Aliás, esses seis estados, quando somados, deverão representar 80,2% da produção nacional. Isso mostra que poucos estados deverão concentrar a maioria absoluta da produção de grãos do país.

Primeiro prognóstico para a safra de 2024

O IBGE também divulgou seu primeiro prognóstico para a safra de grãos, cereais, leguminosas e oleaginosas para 2024. Em síntese, a safra deverá totalizar 308,5 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 2,8% em relação à safra de 2023. Isso corresponde a um decréscimo de 8,8 milhões de toneladas no ano que vem.

“O excesso de chuvas na região Sul e o tempo seco no Norte está atrasando o plantio da nova safra em algumas Unidades da Federação, o que pode atrasar a colheita e, consequentemente, o plantio da segunda safra, trazendo maior insegurança climática para a mesma”, analisou o gerente do LSPA, Carlos Barradas.

Temos reduções importantes nas previsões para a soja, que apesar da queda de 1,3%, ainda terá uma safra muito boa, de 149,8 milhões de toneladas, e para o milho, de 124,3 milhões de toneladas, caindo 5,6% após alcançar uma safra recorde em 2023“, explicou o gerente da pesquisa.

Por enquanto, existe projeção de crescimento apenas para a produção do arroz (em casca). O grão deverá ter uma produção de 10,5 milhões de toneladas no ano que vem, o que corresponde a um crescimento de 2,5% em relação a 2023.

“No caso do arroz, como está chovendo bastante no Rio Grande do Sul, assim aumentam as reservas de água que serão utilizadas na irrigação deste grão. Além disso, os preços estão em patamares relativamente elevados. Essa produção deve ser o suficiente para abastecer o mercado interno brasileiro”, disse Carlos Barradas.

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