Em oito dias, cerca de 35 escolas municipais do Rio de Janeiro precisaram fechar suas portas. Isso porque houve a confirmação de casos de Covid-19, ou pelo menos pessoas que apresentaram sintomas.
De acordo com determinação da Secretaria municipal de Educação, que entrou em vigor no último dia (11), prevê carga horária para os professores de seis horas semanais. E eles estão entre os mais afetados pela doença atualmente.
Um estudo feito pelo Sindicato estadual dos Profissionais da Educação do Rio (Sepe-RJ) aponta que, de 11 a 19 de novembro, pelo menos 35 instituições foram fechadas na capital devido a 45 casos confirmados ou suspeitos de coronavírus.
Entretanto, diretores e equipes administrativas da rede municipal retomaram os trabalhos ainda no mês de agosto, após cinco meses de isolamento social.
“Estava de quarentena rigorosa, de março até o fim de julho. Temia esse retorno, e a expectativa era manter uma rotina mais segura para profissionais de educação, alunos e familiares. Antes de voltar fiz o teste para ter a garantia de que estava saudável. Estava indo e voltando de Uber por questão de segurança”, conta a diretora ao jornal Extra. De acordo com ela, seus sintomas se iniciaram na última quinta-feira (19).
Denúncias de fata de insumos nas escolas
Até o dia 11 de novembro os profissionais da educação integrados ao município trabalhavam apenas 15 horas semanais. Contudo, agora eles já voltaram a atuar de acordo com a carga horária normal, de oito horas por dia.
Diversas denúncias direcionadas ao Sepe informam a falta de insumos para conter a disseminação do novo coronavírus. De acordo com as reclamações, não há sabonete nos banheiros, álcool gel e máscaras nas unidades.
“Várias escolas estão denunciando. Uma responsável de aluno da Escola municipal Tagore esteve lá para pegar as atividades impressas e viu vários funcionários sem máscara, trabalhando dentro da escola. Os EPIs (equipamentos de proteção individual) não estão chegando nas escolas”, comenta Eduardo Mariani, diretor de imprensa da regional 3 do sindicato também à publicação do Extra.
Ademais, houve inúmeras críticas dos profissionais de educação em relação à distribuição de uniformes e tênis aos alunos, assim como por conta da baixa frequência dos estudantes nas salas de aula.
“Deveriam ter deixado para distribuir uniformes e tênis em fevereiro. Os diretores estão se expondo para entregar material que só vai ser usado em 2021. Só o 9º ano voltou, e a frequência está baixíssima. Mesmo fechadas devido aos casos de Covid, as unidades estão reabrindo uma semana depois. E não estão sendo afastados os profissionais que tiveram contato com quem testou positivo”, relata Mariani.
O que diz a Prefeitura
A nota oficial da Secretaria municipal de Educação expõe que os números divulgados atualmente de Covid-19 e de suspeita da doença são anteriores ao retorno das aulas presenciais.
Além disso, o comunicado afirma que em caso de um profissional que tem o exame confirmado ou está com suspeita, ocorre o afastamento imediato.
Quando se trata dos protocolos de segurança para evitar o contágio, a pasta garante que todos seguem com o cumprimento estabilizado.
Entre as medidas tomadas, segundo a secretaria, estão o redimensionamento dos espaços utilizados e disponibilização dos produtos necessários para a higienização pessoal e do ambiente, como máscaras, álcool em gel e sabonete líquido, entre outros itens.
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