Congressistas dos Estados Unidos estão preocupados com as restrições do governo da China relacionadas a utilização de iPhones por seus funcionários. Todavia, há, atualmente, um grande temor de que as empresas tecnológicas norte-americanas sofram um impacto expressivo, relativo a tensões entre os dois países.
A princípio, convém mencionar que as ações da Apple, que produz o iPhone, caiu cerca de 3% na bolsa de valores dos EUA, após as informações de que o governo chinês solicitou a seus funcionários, que parassem de utilizar os aparelhos celulares da companhia. Ao que parece, Pequim está levando a sério essa guerra comercial.
Ademais, esse pedido do governo central da China recaiu em algumas de suas agências nas últimas semanas. Um grande grupo de analistas de Wall Street afirmaram que essas restrições demonstram que até mesmo companhias que possuem um bom relacionamento com Pequim, não estão imunes às tensões.
Vale ressaltar que esse desentendimento entre as duas maiores economias do mundo vem crescendo exponencialmente nos últimos anos. O governo dos EUA procura restringir o acesso da China a certas tecnologias, como chips de ponta. Já a China atua com o objetivo de depender menos da tecnologia norte-americana.
Relações entre EUA e China
A Qualcomm, empresa dos EUA fornecedora da Apple, que atua diretamente no país asiático, viu suas ações caírem cerca de 7% na Bolsa de Valores. Ela é a companhia tecnológica líder nas perdas relacionadas às tensões comerciais entre Washington e Pequim. Aliás, o prejuízo entre os dois lados têm sido enormes.
Analogamente, é preciso mencionar que os dois principais partidos dos EUA, os Republicanos e Democratas, têm se manifestado de forma aberta, sobre suas preocupações relativas ao risco à segurança nacional. Eles afirmam que os produtos produzidos na China oferecem perigo, e pressionam o presidente Biden.
Dessa maneira, espera-se que o presidente norte-americano seja um pouco mais agressivo, em suas relações com o governo da China. Pequim tenta de certa forma contra-atacar. Recentemente houve uma proibição do país asiático relacionada a exportação de materiais necessários para a produção de microchips nos EUA.
Impactos da tensão entre EUA e China
Em síntese, devido a proibição dos servidores públicos do governo chinês de utilizar o iPhone fabricado pela Apple, as ações da companhia na Bolsa de Valores tiveram uma redução de 6% nos últimos dois dias. Neste sentido, seu valor de mercado teve uma baixa de US$200 bilhões, o que corresponde a cerca de R$1 trilhão.
O Brasil acabou sendo afetado devido às tensões comerciais entre os EUA e a China. Os American Depositary Receipts (ADR) da Vale caíram 3,5%. Isso aconteceu depois que o governo do país asático anunciou que haveria um aumento na supervisão regulatória do mercado de minério de ferro, que caiu 1,78%.
Economia mundial
Em suma, no mês de agosto, houve no Brasil uma queda nas exportações e importações junto à China. De acordo com investidores, a atividade econômica do país deve apresentar um recuo devido à pressão inflacionária. A saída seria a relação comercial com a China, mas a sua economia também está desfavorável.
Nos Estados Unidos, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, afirma que a desaceleração do crescimento econômico da China não deverá trazer um grande impacto para o seu país. Ela diz que, “estamos monitorando a situação, mas não vejo impactos diretos. Países da Ásia estão mais vulneráveis aos efeitos”.
Janet Yellen deu essa declaração durante o encontro do G20, que está acontecendo na Índia. Ela afirma que a China está atualmente enfrentando dificuldades econômicas globais de curto prazo. Enfim, para a secretaria, haverá uma desaceleração do desenvolvimento econômico do país por um maior período de tempo.
Expectativa para o futuro
A secretaria do Tesouro dos EUA diz que, entretanto, a economia global apresenta resiliência, enfrentando diversos riscos, como a da guerra na Ucrânia, por exemplo, e a alta no preço dos alimentos. Ela citou a saída da Rússia do “acordo de grãos”, a classificando como preocupante. Janet Yellen reforçou o apoio do G20 à Ucrânia.
Em conclusão, a secretária disse que além dos compromissos do G20, ela deve se reunir com líderes da Índia, para desenvolver o relacionamento bilateral do governo dos EUA com o país. Sobre a proibição do uso dos iPhones na China, ela disse que preferia não comentar sobre o assunto e as tensões entre os dois países.