Recorde de desemprego pressiona Governo a pagar auxílios para trabalhadores
Após a divulgação da taxa de desemprego recorde no país, membros do Governo que pagar auxílios é a única saída no momento
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (30) um dado ruim sobre o Brasil neste momento. De acordo com o levantamento, a taxa de desemprego acabou de bater um recorde no trimestre que se encerrou no último mês de abril. E isso acaba pressionando o Governo a pagar auxílios.
Segundo os dados da pesquisa, a taxa de desemprego no Brasil neste último trimestre foi de 14,7%. Isso é 0,3% acima da taxa do trimestre anterior. E de acordo com o IBGE, foi o maior da série histórica, que começou ainda em 2012. Pelos dados do Instituto, cerca de 14,8 milhões de brasileiros estão procurando por um trabalho neste momento no país.
De acordo com informações de bastidores, pessoas de dentro do Palácio do Planalto entenderam que a única saída para o momento é pagar auxílios para a população. A ideia, mesmo antes dessa divulgação do IBGE, era investir pesado nesses projetos no segundo semestre. Depois da pesquisa, essa certeza ficou ainda maior.
Duas das medidas são bem conhecidas. A primeira será prorrogar o Auxílio Emergencial por mais dois ou três meses. Os Ministros da Economia, Paulo Guedes e da Cidadania, João Roma, disseram em entrevistas que o Presidente Jair Bolsonaro deve anunciar isso a qualquer momento. Pelo menos é isso o que se sabe.
A outra medida é reformular o Bolsa Família. Hoje, de acordo com o Ministério da Cidadania, cerca de 14 milhões de pessoas recebem o benefício. A ideia é portanto aumentar esse número de usuários e também os valores médios de pagamentos, que hoje está na casa dos R$ 190 por beneficiário.
Previsão de Guedes
Certamente o Governo Federal não previu que isso fosse acontecer a esta altura do campeonato. No final do ano passado, por exemplo, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Auxílio não precisaria continuar este ano.
Na época, ele previu que o país iria conseguir controlar a pandemia nos primeiros meses do ano. E assim, ainda na visão dele, o desemprego iria começar a cair. Dessa forma, as pessoas teriam o dinheiro do salário e não precisariam mais do Auxílio.
O plano aparentemente não deu certo. A pandemia atingiu os seus maiores níveis de mortalidade, e o desemprego bateu uma taxa recorde. Tudo isso fez com que o Governo retomasse os pagamentos do benefício ainda no último mês de abril.
Auxílio Emergencial
O Auxílio Emergencial está pagando quatro parcelas de valores que variam entre R$ 150 e R$ 375. Tudo varia de pessoa para pessoa. Vale lembrar que a grande maioria dos informais que fazem parte do programa estão recebendo o valor menor.
Como dito, o Governo está pretendendo prorrogar o projeto por mais dois ou três meses. Isso porque se entende que a situação da pandemia ainda não melhorou. E o fato é que Guedes não descarta uma nova prorrogação em outubro.
Cerca de 39,1 milhões de brasileiros recebem atualmente os valores do Auxílio Emergencial no Brasil. Isso é bem menos do que se viu em 2020, quando quase 70 milhões receberam os valores do programa emergencial. O Governo alega que a fonte de recursos este ano está bem menor.