Dinheiro sempre foi mais do que notas e moedas. É uma parte da nossa história e cultura, carregando consigo histórias que vão além de transações. Nesse sentido, você já parou para pensar em quem estava estampado nas antigas notas de Real?
Por isso, neste artigo, vamos mergulhar naqueles tempos e descobrir quem era a pessoa por trás das cédulas que passam por nossas mãos.
Plano Real: A origem da moeda atual brasileira
Para conhecer mais sobre a nossa moeda atual, é preciso entender sobre a sua origem. Sendo assim, primeiramente, vamos voltar ao Brasil dos anos 80 e 90.
Ao longo dessas décadas, a inflação estava descontrolada, como se o preço das coisas tivesse ganhado vida própria. Era difícil planejar o futuro, pois os preços mudavam quase todo dia. Imagine sair pra comprar pão e voltar com um pão que custa o dobro?
Pensando nisso, em meados dos anos 80, os governos tentaram controlar a inflação, mas o resultado foi uma sequência de planos econômicos que não deram certo. A cada novo plano, o brasileiro só via os preços subindo mais e mais.
Entretanto, o cenário começou a mudar quando uma equipe de economistas decidiu enfrentar o problema de frente. A equipe econômica do então presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, decidiu que criar uma nova moeda era a solução.
Desse modo, em 1994, surgiu o Plano Real, dando origem ao Real Brasileiro. Uma moeda ancorada na chamada Unidade Real de Valor (URV). O que trouxe estabilidade e fez com que os preços não subirem tão rápido.
Assim, após o surgimento dessa moeda e junto com essa transformação econômica, veio a renovação visual das cédulas. Essas notas não eram apenas um reflexo da nova moeda, mas também um símbolo das mudanças e esperanças do povo brasileiro.
Design do Real
O designer responsável por criar as cédulas do Real foi Benedicto Rodrigues. Sua identidade estava intrinsecamente ligada ao conceito visual das notas.
Rodrigues, renomado artista brasileiro, desenvolveu uma perspectiva inovadora que combinava elementos da cultura brasileira a um design moderno e funcional. Esse novo conceito visual representou com maestria a entrada do país em uma nova era monetária.
Ao longo dos anos, várias teorias e especulações surgiram sobre a identidade da pessoa retratada nas notas de Real. Uma das teorias mais notáveis envolvia a atriz Tônia Carrero.
A semelhança física entre a figura nas notas e a atriz levou muitos a acreditar que Carrero havia sido a inspiração por trás da efígie. Essa especulação gerou debates e discussões em todo o país, mas a verdade por trás da identidade permaneceu envolta em mistério.
Efígie
Embora muitos tenham apontado semelhanças entre a figura nas notas e Tônia Carrero, a identidade retratada nas cédulas do Real não é a da atriz. Na verdade, a efígie foi criada de forma intencionalmente genérica, inspirada em uma escultura da Revolução Francesa.
Segundo historiadores, a icônica estátua chamada Marianne, foi quem inspirou a criação da efígie do real brasileiro, o que indica uma forte relação com os ideais republicanos e os valores de igualdade, liberdade e fraternidade.
Marianne, personificando a República Francesa, tornou-se um símbolo poderoso de mudança e emancipação durante a Revolução. Sua presença imponente nas praças públicas e o seu papel como representação do povo e de seus direitos não passaram despercebidos.
Essa mesma ideia de representatividade e pertencimento foi transportada para as cédulas do Real, criando uma conexão profunda entre a história francesa e os valores que a nova moeda brasileira buscava transmitir.
Assim, o Brasil, ao trazer essa inspiração para sua moeda, estava ecoando a importância da participação do povo na construção de seu destino e destacando a força da união em tempos de mudança.
O Real e as Outras Moedas
Aqueles familiarizados com a geografia internacional acabam notando uma tendência recorrente: em muitos países, as moedas apresentam símbolos que frequentemente retratam figuras representativas, como presidentes e líderes históricos.
Entretanto, um questionamento natural surge ao observar as notas de Real brasileiras. Por que, diferentemente da maioria, o Brasil optou por não seguir essa mesma abordagem? A resposta é simples: o Banco Central tinha um objetivo claro – agradar a todos.
Nessa perspectiva, é possível perceber que o Banco Central Brasileiro deliberadamente optou por uma abordagem única e inclusiva em relação às imagens presentes nas notas de Real. Ao não selecionar figuras políticas ou históricas específicas, a intenção era evitar a preferência por um grupo ou indivíduo em detrimento de outros.
Dessa forma, as notas de Real poderiam transmitir uma sensação de pertencimento e representatividade a todos os brasileiros, independentemente de sua afiliação política, ideológica ou histórica.