Foram anunciados dados sobre a arrecadação de impostos no Brasil. Em 2022, os brasileiros contribuintes de todo o país pagaram R$ 2.890.489.835.290,32 em tributos. Os dados divulgados foram medidos pelo Impostômetro, localizado na Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
O Impostômetro é um medidor estatístico dos impostos do país. Ele normalmente se utiliza de uma regressão estatística para deduzir a arrecadação tributária. Em 2021, o mesmo sistema registrou um montante de R$ 2,6 trilhões, ou seja, houve um aumento de 11,5% de um ano para o outro.
Os valores de impostos pagos, medidos pelo Impostômetro, se referem ao valor arrecadado pelos governos federal, estadual e municipal incluindo taxas, contribuições, multas, juros e correção monetária.
De acordo com o economista do Instituto Gastão Vidigal da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa: “O avanço em 2022 aconteceu pela maior arrecadação de tributos federais, apesar das desonerações promovidas pelo governo, como foi o caso dos combustíveis, energia elétrica e telecomunicações. E ainda tivemos inflação em níveis elevados, o que encarece produtos e serviços”
Reforma tributária
Nesta quarta-feira (4) o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, comentou sobre a necessidade de uma reforma tributária no Brasil.
Segundo Alckmin: “O fortalecimento da indústria passa, invariavelmente, pela redução do custo Brasil e pela melhoria do ambiente de negócios no país. Reforma tributária nesse contexto é fundamental”.
O vice-presidente deixou claro quais são suas prioridades. Para ele, investir na reindustrialização, com ênfase no desenvolvimento sustentável, é essencial. “O Brasil pode ser e será o grande protagonista da descarbonização da economia global”, disse.
Além disso, afirmou que a retomada da indústria será feita sobre o prisma da justiça social. Segundo Alckmin, a situação atual requer um trabalho pelo emprego e distribuição de renda, apoiando a indústria, comércio e setor de serviços.
Desoneração de impostos sobre os combustíveis
O novo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se pronunciou sobre a prorrogação da medida que zera os impostos sobre combustíveis. De acordo com o político, o objetivo da medida é dar tempo para a nova diretoria da Petrobras se estabelecer, e definir com calma uma política para redução de preços dos combustíveis. “O presidente quer tomar essa decisão quando a diretoria tomar posse”, afirmou.
Além de Haddad, Jean Paul Prates, indicado para a presidência da Petrobras, também se pronunciou. “Estamos tratando de uma indicação, de uma forma de manter um certo período de graça nesse processo para poder rediscuti-lo, o que não quer dizer que não vai haver a discussão”, afirmou Prates.
No entanto, este tema causa discussões dentro do Governo. Muitos queriam o fim da medida provisória com o término de 2022, pois com os impostos sobre os combustíveis o Governo poderia arrecadar quase R$ 53 bilhões neste ano.
Por outro lado, membros do Governo e políticos pediram para que a medida fosse estendida em 2023. Dentre eles estão: o próprio Prates, Gleisi Hoffmann (presidente do PT) e Miriam Belchior (secretária-executiva da Casa Civil).
Dessa forma, caso não houvesse essa medida sobre os combustíveis, os valores de impostos arrecadados poderiam ser muito maiores. No entanto, a medida foi necessária com a disparada dos preços dos combustíveis.