Projeções para o PIB e a inflação no Brasil em 2023 surpreendem

Projeções para o PIB e a inflação no Brasil em 2023 surpreendem

As novas projeções de analistas do mercado financeiro para indicadores econômicos do Brasil estão cada vez mais otimistas. Para 2023, a expectativa é que a inflação suba menos que o esperado. Em contrapartida, o Produto Interno Bruto (PIB) deverá ter um crescimento mais expressivo neste ano.

De acordo com o relatório Focus, que traz estimativas de analistas de mais de 100 instituições financeiras sobre indicadores econômicos do país, a inflação no Brasil deverá ficar em 5,69% neste ano. A taxa é levemente menor que a projetada na semana passada (5,71%), sendo a terceira redução consecutiva do indicador.

Embora o recuo tenha sido leve, vale destacar que as estimativas indicavam uma inflação de 6,02% há quatro semanas. Isso mostra o quanto a taxa caiu nas últimas atualizações. Aliás, o termo inflação é o aumento contínuo e generalizado dos preços de produtos e serviços.

Em resumo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas coleta as variações dos preços e as divulgada mensalmente. A saber, as recentes reduções nas projeções dos analistas vêm acontecendo devido à nova política de preços da Petrobras, que surpreendeu parte do mercado no mês passado.

O anúncio da mudança ocorreu em meados de maio e não foi a única notícia naquele dia. Isso porque a companhia também reduziu os preços da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha no mesmo dia, explicando que os reajustes estavam ocorrendo devido à mudança da política de preços.

A propósito, o Banco Central (BC), responsável pelo relatório Focus, divulgou as novas estimativas dos analistas na segunda-feira (5). Cabe salientar que, mesmo com a desaceleração, as projeções para a inflação continuam distantes da meta para este ano.

Isso é ruim para o país, que busca uma taxa inflacionária abaixo da meta definida, uma vez que há diversos benefícios quando isso ocorre.

CMN define meta da inflação no Brasil

Em resumo, o Conselho Monetário Nacional (CMN) é o responsável pela projeção de uma meta central para a inflação do país todos os anos. Assim, o BC age para cumprir a meta definida, pois a inflação controlada traz diversos benefícios para o país, como:

  • Maior tranquilidade para investir no Brasil;
  • Mais previsibilidade econômica, permitindo um planejamento das indústrias;
  • Redução da concentração de renda;
  • Maiores chances para o país ter um crescimento econômico sustentável.

Para 2023, o CMN definiu uma meta central de 3,25% para a inflação no país, podendo variar entre 1,75% e 4,75%. Isso acontece porque a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.

Neste sentido, caso a inflação deste ano tenha uma variação dentro desse intervalo, entre 1,75% e 4,75%, ela terá sido formalmente cumprida, mesmo superando a meta central de 3,25%.

Como visto no relatório Focus, os analistas ainda não acreditam que o Brasil cumprirá a meta, apesar das recentes reduções. Caso isso realmente aconteça, a inflação irá estourar a meta pelo terceiro ano consecutivo, ou seja, os preços de produtos e serviços vão subir mais que o esperado mais uma vez.

A saber, o Conselho Monetário Nacional é composto por:

Estimativas para o PIB brasileiro

O relatório Focus também revelou as novas projeções dos analistas sobre o PIB brasileiro. Nesta semana, o mercado financeiro elevou pela quarta semana seguida as projeções para o crescimento da economia brasileira em 2023, de 1,26% para 1,68%.

Aliás, os analistas vêm elevando de maneira recorrente as estimativas para o PIB do país nas últimas semanas, o que indica maior otimismo para este ano. E a decisão da Petrobras ajudou a impulsionar essa taxa, que estava em 1,00% há quatro semanas.

Ainda assim, o crescimento do PIB brasileiro deverá ser menor que o registrado em 2022, mas vale destacar que essa é a quarta semana que as estimativas superaram 1%. Antes disso, todas as previsões indicavam um crescimento menor ou igual a esse taxa.

Já para 2024, as projeções recuaram de 1,30% para 1,28%, taxa inferior a deste ano. Em síntese, o PIB brasileiro deverá crescer com menos intensidade em 2023 e 2024 por causa dos impactos provocados pela pandemia da covid-19 e pela guerra entre Rússia e Ucrânia, cujos desafios ainda são muito presentes em todo o mundo.

Por fim, os analistas estimaram pela sétima semana consecutiva que a taxa Selic ficará em 12,50% neste ano. Já para 2024, os juros deverão encerrar o ano em 10,00%, patamar ainda elevado e que continuará afetando a renda dos brasileiros. Isso porque os juros altos reduzem o poder do consumidor, mas eles são importantes para segurar a inflação no país.

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