O programa de descontos do carro popular do Governo Federal chegou ao fim nesta segunda-feira (10/07). As concessionárias receberam bônus tributários de R$2 mil a R$8 mil que tornava possível a produção de veículos a um preço exponencialmente menor. Com isso, os antigos valores negociados retornaram às concessionárias.
A princípio, as montadoras de veículos Fiat, Volkswagen, Renault, e a Peugeot/Citröen, pararam de oferecer seu carro popular com desconto. Em alguns casos, há ainda inúmeros veículos negociados durante o programa do Governo Federal que ainda não chegaram a seus consumidores, em todo o país.
De acordo com a Peugeot, por exemplo, o modelo 208, que estava custando durante o programa de descontos R$62.990, passou a ser negociado a R$72.990. Segundo a Renault, em uma de suas maiores lojas no Brasil, o Kwid deixou de ser vendido a R$58.990. Todavia, ela afirma que sua tabela de preços voltou ao normal.
A montadora diz que os consumidores que forem à sua loja poderão ainda negociar, mas não quis informar quais seriam os descontos após o fim do programa do Governo Federal. Em síntese, a Fiat informou que não há mais Mobi e Argo a preços de carro popular, e que trabalha com valores e com estoques normais.
Fim do programa do carro popular
Desse modo, a Fiat tirou de seu site na internet, qualquer menção ao programa de desconto do carro popular do Governo Federal. O Mobi aparece em sua página sem o seu preço. Já a montadora Volkswagen, ainda diz que está negociando seu modelo Polo track, com cerca de R$8 mil de desconto aos consumidores brasileiros.
No entanto, em sua página na web, a empresa não apresentou seu carro popular com o preço subsidiado. Em suas lojas, os vendedores estavam negociando o Polo Track com seu preço normal. A Volkswagen oferece ainda, a oportunidade de se entrar em uma fila de espera em caso de desistência de alguma venda anterior.
Ademais, o programa do carro popular do Governo Federal, que buscou incentivar a indústria automobilística nacional foi um sucesso, e chegou ao fim com cerca de R$650 milhões em subsídios, para a negociação de veículos e comerciais leves. Foram emplacadas 54 mil unidades do chamado carro popular no mês de junho.
Os descontos de R$2 mil a R$8 mil foram dados às montadoras de veículos do país a partir de alguns critérios estabelecidos, como, por exemplo, o índice de nacionalização (as peças deveriam ser fabricadas no país), consumo energético, preço a ser negociado, e ainda, o tipo de combustível que o carro popular utiliza.
Resultados do programa do carro popular
Através do programa de descontos do carro popular, houve a negociação de cerca de 150 mil veículos. Deve-se observar que faltam ainda cerca de 79 mil unidades que não entraram no cálculo. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), 17 mil unidades com descontos estavam disponíveis na sexta-feira passada.
O Governo Federal disponibilizou em subsídios, cerca de R$800 milhões, sendo que as montadoras de veículos utilizaram R$650 milhões. Houve a dedução de R$150 milhões referentes a perda de arrecadação com o PIS/Cofins e IPI. Convém observar que o grupo que reúne a Fiat e a Jeep liderou as vendas do carro popular com desconto.
Neste caso, houve a liberação de R$250 milhões em incentivos. Em seguida, veio a Volkswagen, com R$100 milhões, a Renault, com R$90 milhões, e a Hyundai, com R$80 milhões. A GM, dona da Chevrolet, utilizou R$50 milhões no total. No final o Governo Federal cumpriu seu objetivo, de estimular as vendas do carro popular.
Descontos e subsídios
O programa de descontos continuará ainda para veículos automotores, como vans, ônibus e caminhões comercializados em todo o território nacional. Em relação ao carro popular, ele acabou na semana passada e concedeu um grande número de descontos e subsídios tributários para veículos vendidos de até R$120 mil.
Em conclusão, as medidas do Governo Federal duraram cerca de um mês. Pode-se dizer que o programa foi um sucesso e que conquistou seu objetivo, que era o de alavancar as vendas de automóveis no país. De acordo com a Anfavea, durante o período, foi o terceiro maior emplacamento diário da história do Brasil.