Privatização da Petrobras “entrou do radar” do governo, disse Bolsonaro

O líder do executivo, Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou durante uma entrevista a uma rádio no Mato Groso do Sul que a privatização da Petrobras “entrou no radar” do governo federal. Apesar disso, o presidente informou que o processo não é tão simples e imediato.

“Isso entrou no nosso radar. Mas privatizar qualquer empresa não é como alguns pensam, que é pegar a empresa botar na prateleira e amanhã quem der mais leva embora. É uma complicação enorme. Ainda mais quando se fala em combustível. Se você tirar do monopólio do Estado, que existe, e botar no monopólio de uma pessoa particular, fica a mesma coisa ou talvez até pior”, disse Jair Bolsonaro à rádio Caçula, de Três Lagoas (MS).

Durante a entrevista o atual Presidente da República reclamou das críticas que vem recebendo por conta da alta na inflação e consequentemente dos combustíveis no país. De acordo com o presidente, a inflação é um problema mundial e não apenas nacional.

“Eu não sou malvado, eu não quero aumento de combustível, mas é uma realidade. O mundo todo está sofrendo com a economia neste pós-pandemia”, disse Bolsonaro. “Eu não quero aumentar o preço de nada, mas eu não posso interferir em nada.”

Ajustes no preço do combustível

A Petrobras informou que deve elevar o preço médio do diesel nas refinarias em 9,15% a partir desta terça-feira (26). Além disso, o valor da gasolina também terá um reajuste de 7,05%. Essa alta deve ocorrer por conta da elevação do barril do petróleo no mercado internacional, bem como da taxa de câmbio, afirmou a Petrobras à imprensa nesta segunda-feira (25).

Com o reajuste do diesel que deve ser feito pela Petrobras, o litro do combustível passará a ser vendido às distribuidoras a R$ 3,34 por litro. Desse modo, será acumulada uma alta de 65% neste ano, apontam cálculos da Reuters baseado em dados disponibilizados pela Petrobras. Já a gasolina passará a ser comercializada a R$ 3,19 por litro.

Paulo Guedes fala sobre a privatização da Petrobras

Não é nenhuma novidade que o Ministro da Economia de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, deseja privatizar a Petrobras. No último domingo Guedes afirmou que a companhia é “um veneno que pode virar vacina.

“Cada vez que o petróleo sobe e o combustível sobe, ela tem um resultado melhor. Se nós levarmos a Petrobras para um novo mercado, por exemplo, que é o que está acontecendo com a Eletrobras, vocês não tenham dúvida: problema de crise hídrica, problema de combustível, tudo isso foram monopólios de estatais por 30 ou 40 anos. E nós estamos andando nessa direção, nós estamos fazendo a Eletrobras, Correios. Estou propondo isso: vamos transformar esse veneno numa vacina, igual soro antiofídico”, disse Paulo Guedes.

De acordo com o Ministro da Economia, a venda da estatal traria uma renda entre R$ 100 e R$ 150 bilhões para o Brasil, que poderiam ser investidos em programas sociais e melhorias para a população brasileira.

“Houve muita roubalheira na Petrobras no passado e, ao mesmo tempo, o preço não para de subir, não tem competição no setor. Só o BNDES tem bilhões em ações na Petrobras. Se nós formos para o novo mercado, criamos entre R$ 100 bilhões e 150 bilhões de riquezas para os brasileiros. Vamos pegar esse dinheiro, vamos ajudar os mais frágeis, vamos acelerar os programas de transferência de renda, vamos fazer os programas sociais. Então, nós temos ferramentas. O importante é que a gente prossiga com as reformas”, complementou Guedes.

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