Presença de mulheres em estágios alcança 57,42% no país, diz pesquisa

O número de mulheres candidatas a estágio é maior que o de homens no mercado brasileiro. É o que revela um levantamento feito pela Companhia de Estágios, HR Tech que oferece soluções em recrutamento e seleção de estagiários, trainees e aprendizes para algumas das maiores organizações do país.

Atualmente, as mulheres representam 57,42% de 1,4 milhão de candidatos cadastrados na plataforma da companhia. O levantamento mostra também que, de 2017 até 2020, houve um aumento de 57% nas contratações de estagiárias de engenharia e tecnologia, segmentos tradicionalmente “dominados” pelo sexo masculino.

De acordo com Tiago Mavichian, CEO e fundador da Companhia de Estágios, estes números refletem os movimentos de equidade de gênero que vêm tornando o ambiente corporativo mais igualitário.

Nos últimos anos, houve um crescimento expressivo de comitês, associações e grupos de mulheres, o que ajudou a incentivar a entrada das jovens em áreas majoritariamente masculinas até então.

Além disso, estudos de consultorias renomadas, como McKinsey, correlacionaram a diversidade de gênero com lucratividade, despertando a consciência de líderes de setores tradicionalmente masculinos, como fábricas, construção civil ou indústria de tecnologia, por exemplo.

“Com isso, mais mulheres se interessaram e se prepararam nas universidades, mostrando ser tão ou mais capazes e habilidosas do que os homens. E vemos também a situação contrária: antes, só mulheres eram secretárias, por exemplo, agora temos homens secretariando e fazendo outras atividades que antes eram consideradas ‘só para mulheres’”, afirma Mavichian.

Poucas efetivações entre as mulheres

No entanto, se a presença feminina é predominante e vem crescendo em segmentos antes muito masculinizados, no quesito efetivação, considerando todos os setores, ocorre o contrário: o número de estagiárias efetivadas vem caindo nos últimos anos.

Em 2020, das efetivações após o término do estágio, 48,3% foram de mulheres. No ano anterior, 2019, elas representavam 49,4%.

A pandemia por conta da Covid-19 pode explicar parte dessa queda, acredita Mavichian.

“A crise sanitária desacelerou a média de efetivação de estagiários. O indicador vinha crescendo de 2016 até 2019, mas, em 2020, foi a menor taxa de efetivação da série histórica, com 37,1% de estagiários sendo contratados”, revela o CEO da Companhia de Estágios. Mavichian acredita que é possível incentivar uma presença ainda maior de estagiárias nas áreas de tecnologia e engenharia.

“As empresas precisam demonstrar que querem mulheres, que há vagas e interesse genuíno em contratá-las. Isso passa desde a forma como são anunciadas as vagas até as políticas da empresa para mostrar que equidade de gênero é um valor inegociável, que traz inovação e prosperidade aos negócios”, finaliza o CEO.

E então, qual sua opinião sobre esse assunto?

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