Os brasileiros que moram de aluguel receberam uma grande notícia nesta semana. De acordo com o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), o preço dos aluguéis residenciais caiu 1,74% em setembro, na comparação com agosto.
O resultado sucede dois meses consecutivos de alta e é apenas a terceira queda mensal registrada em 2023. Em outras palavras, os brasileiros sofreram com o encarecimento dos preços dos aluguéis na maior parte dos meses deste ano. Contudo, em setembro, o recuo promoveu certo alívio e eliminou quase todo o avanço registrado no mês anterior.
Confira abaixo a variação registrada em todos os meses deste ano:
- Janeiro: 4,20%;
- Fevereiro: 1,09%;
- Março: 0,97%;
- Abril: 0,76%;
- Maio: -0,06%;
- Junho: -0,48;
- Julho: 0,51%;
- Agosto: 1,86%;
- Setembro: -1,74%.
Com o acréscimo do resultado de setembro, o IVAR passou a acumular uma alta de 5,64% nos últimos 12 meses. Esse percentual ficou bem abaixo da taxa acumulada nos últimos 12 meses até agosto, de 7,49%, ou seja, os preços do aluguel desaceleraram no mês passado no país, tanto na base mensal quanto no acumulado anual.
Com isso, a taxa de 2023 se distanciou ainda mais do recorde registrado pela série histórica, que teve início em janeiro de 2019. A saber, o maior valor anual foi observado em outubro do ano passado, quando chegou a 11,56% entre novembro de 2021 e outubro de 2022, variação duas vezes maior que a registrada em 12 meses até setembro.
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), responsável pelo levantamento, atualizou os dados na última quinta-feira (5).
Preço do aluguel cai em quase todos os locais
Em suma, a queda do IVAR em setembro ocorreu devido aos decréscimos registrados em três das quatro cidades pesquisadas pelo FGV IBRE. Veja abaixo as variações registradas no mês passado:
- Rio de Janeiro: 1,08%;
- Belo Horizonte: -0,02%.
- São Paulo: -0,34%;
- Porto Alegre: -6,83%.
A título de comparação, os preços haviam subido em todos os locais em agosto. Naquele mês, a maior variação havia sido registrada em Belo Horizonte (2,84%), algo que aconteceu por três meses seguidos.
Contudo, dessa vez, a capital mineira caiu para a segunda posição, já que o Rio de Janeiro apresentou a única alta dos preços no mês. Inclusive, a taxa foi bem semelhante a de agosto (1,09%).
Apesar de todas estas variações, a maior variação percentual foi registrada novamente em Porto Alegre, mas agora no campo negativo. Em resumo, os preços subiram 1,92 ponto percentual (p.p.) na capital gaúcha em agosto, mas despencaram quase 7% em setembro. Com isso, a variação percentual em Porto Alegre chegou a 8,75 p.p.
As demais capitais não tiveram oscilações muito significativas como Porto Alegre. As variações foram as seguintes: Belo Horizonte (2,86 p.p.), São Paulo (1,80 p.p.) e Rio de Janeiro (0,01 p.p.).
Veja a variação dos preços acumulada em 12 meses
Vale destacar que cada local exerce um impacto único no índice, e São Paulo, por ser a maior economia do país, influencia de maneira mais intensa o indicador. Por isso que o resultado não ficou tão negativo em setembro, apesar da forte queda registrada em Porto Alegre.
Com o acréscimo das variações observadas em setembro, as cidades pesquisadas pelo FGV IBRE passaram a acumular as seguintes variações nos últimos 12 meses:
- Belo Horizonte (10,45% para 10,15%);
- Rio de Janeiro (9,42% para 9,76%);
- São Paulo (6,42% para 6,24%);
- Porto Alegre (5,62% para -1,23%).
Em setembro não houve alteração nas posições das capitais. Em síntese, Belo Horizonte continuou registrando a maior alta nos preços dos alugueis residenciais a nível anual, enquanto a menor variação continuou com Porto Alegre.
Entretanto, desta vez, a variação na capital gaúcha ficou negativa, algo que não aconteceu nos meses anteriores. Isso quer dizer que os preços do aluguel residencial estão mais baratos em Porto Alegre, quando comparados aos valores de um ano atrás.
Entenda o indicador da FGV
Em resumo, o indicador tem o objetivo de “medir a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais do mercado de imóveis no Brasil“, segundo a FGV.
Para a sua composição, o indicador utiliza “valores de contratos fornecidos por um conjunto de agentes do mercado imobiliário que fazem a intermediação de operações de locação”, conforme explica a Fundação Getulio Vargas.
“O Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) mede a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais em quatro das principais capitais brasileiras com base em informações anonimizadas de contratos de locação obtidas pelo FGV IBRE junto a empresas administradoras de imóveis, representando um aprimoramento das estatísticas acerca de aluguéis residenciais do FGV IBRE“, informa a entidade.
A propósito, o levantamento segue um mesmo imóvel ao longo do tempo, abrangendo as características dos diferentes contratos firmados. Isso acontece como “parte da dinâmica natural do mercado”, pois os valores coletados se referem de maneira efetiva aos preços “desembolsados pelos locatários em cada período do tempo”.
Por fim, a FGV IBRE ressalta que essas informações são ideais para o cálculo do IVAR, uma vez que o índice reflete a “evolução dos fundamentos do mercado imobiliário“.