Preço do Gás de Cozinha vai CAIR para menos de R$ 100? Entenda!

Redução no preço do gás de cozinha animou os consumidores, mas valor deverá continuar acima de R$ 100 em alguns locais do país.

Os brasileiros ficaram muito animados com o anúncio da Petrobras sobre a redução no preço do gás de cozinha. Na terça-feira (16), a companhia anunciou uma redução histórica de 21,3% no preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP).

Na prática, a redução correspondeu a R$ 8,97 por botijão de 13 quilos, um alívio para os bolsos dos brasileiros nos próximos dias. Por esta razão, o preço do botijão de gás pode chegar a menos de R$ 100 para o consumidor final, segundo a Petrobras.

Maior e menor preços do gás de cozinha no país

De acordo com o levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço do gás de cozinha está elevado no país.

Nas duas últimas semanas, os consumidores tiveram que pagar mais caro pelo botijão de 13 quilos, com o preço médio chegando a R$ 108,84.

A saber, esse levantamento da ANP não revela apenas o preço médio nacional, mas também em cada unidade federativa (UF). Assim, os consumidores passam a ter acesso aos valores do gás de cozinha em cada estado e percebem que há muita oscilação nos preços.

Por exemplo, o Rio de Janeiro revendeu o botijão de 13 quilos a R$ 97,06 na semana passada. Esse foi o menor valor do país, ficando 10,8% menor que a média nacional.

Em contrapartida, Roraima teve o gás de cozinha mais caro do país, custando, em média, R$ 131,03. Nesse caso, o valor do botijão superou em 20,4% o preço médio nacional.

Isso mostra que o valor do gás de cozinha vendido em Roraima foi 35% maior que o preço médio do botijão comercializado no Rio de Janeiro.

Preço não deve ficar abaixo de R$ 100 em todo o país

Em primeiro lugar, vale ressaltar que as reduções promovidas pela Petrobras em relação ao preço do gás de cozinha se referem às distribuidoras do país. Isso quer dizer que a queda de 21,3% foi direcionada a essas entidades, e não ao consumidor final.

Ademais, as reduções promovidas pela Petrobras geralmente são repassadas apenas em parte para os consumidores. Ou seja, os preços de revenda não deverão cair de maneira tão significativa quanto nas distribuidoras. Ainda assim, os consumidores deverão aproveitar valores mais acessíveis.

Como há uma disparidade enorme nos preços do gás de cozinha no Brasil, visto que o país tem dimensões continentais, os novos valores também deverão ser bem díspares.

Na semana passada, os menores preços médios do país foram observados nas seguintes UF:

  • Rio de Janeiro: R$ 97,06;
  • Pernambuco: R$ 99,68;
  • Alagoas: R$ 101,03;
  • Espírito Santo: R$ 101,53;
  • Distrito Federal: R$ 103,68;
  • Maranhão: R$ 104,66;
  • Sergipe: R$ 105,24;
  • Paraná: R$ 106,50;
  • São Paulo: R$ 107,46.

Nestes locais, o preço médio do gás de cozinha deverá cair para abaixo de R$ 100. Inclusive, já há dois estados com valores inferiores a essa marca.

Há outros estados que possuem preços um pouco mais elevados, chegando a R$ 115, e que podem passar a comercializar o botijão de 13 quilos a menos de R$ 100.

Entretanto, isso vai depender do repasse desses revendedores, do quanto eles estarão dispostos a baratear o gás de cozinha. Por outro lado, os maiores preços médios do país vieram de:

  • Roraima: R$ 131,03;
  • Rondônia: R$ 126,35;
  • Amazonas: R$ 125,31;
  • Mato Grosso: R$ 124,92;
  • Santa Catarina: R$ 122,56;
  • Tocantins: R$ 122,25;
  • Amapá: R$ 120,62.

Nesses casos, a expectativa é que os valores do gás de cozinha sigam acima de R$ 100, mesmo que a redução seja expressiva. Por isso, os consumidores que vivem nesses estados se beneficiarão com preços menores, mas é provável que sigam acima de R$ 100.

Petrobras muda política de preços

Ainda na terça-feira (16), a Petrobras anunciou o fim da política de Preço por Paridade de Importação (PPI). Segundo a estatal, “os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio“.

Analistas alertam para a falta de previsibilidade que a nova política da companhia carrega. Em suma, a PPI permitia alguma previsibilidade de preços, mas o valor dos combustíveis ficava muito dependente às variações nos preços das commodities e do câmbio. Agora, isso não irá mais acontecer, nem a previsibilidade, nem a dependência.

Por falar na PPI, a Petrobras seguia o mercado externo para promover reajustes nos combustíveis, baseando-se em dois fatores: o dólar e o petróleo. Assim, as variações nos preços do barril de petróleo, bem como as oscilações do dólar influenciavam diretamente nos preços dos combustíveis no país.

Essa política PPI foi implementada em 2016, durante o governo do ex-presidente Michel Temer e estabelecia que as variações nos preços do petróleo deveriam ser repassadas para os combustíveis comercializados pela Petrobras.

O problema é que a volatilidade nos valores do barril de petróleo deixava os consumidores expostos a mudanças mais significativas e recorrentes nos preços dos combustíveis, bem como as oscilações na cotação do dólar. Portanto, para proteger o consumidor dessa volatilidade, houve a mudança.

Por fim, a nova política da Petrobras continuará levando em conta as variações externas. No entanto, esse não será o único fator de observação, visto que a companhia passará a considerar fatores internos, limitando a influência das oscilações externas.

 

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