Preço da cesta de largo consumo RECUA 0,94% no primeiro trimestre
Cebola, tomate, batata e óleo de soja acumulam fortes quedas no período e puxam preço da cesta de consumo para baixo
Os brasileiros que foram a supermercados no primeiro trimestre deste ano conseguiram aproveitar preços um pouco menos de diversos itens. De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o valor médio de 35 produtos de largo consumo caiu 0,94% nos três primeiros meses de 2023.
Com isso, o preço médio nacional da cesta, composta por alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza, caiu de R$ 752,04, em fevereiro, para R$ 747,35, em março. Aliás, o valor médio da cesta de largo consumo caiu em todas as regiões brasileiras na passagem entre os meses.
Ao considerar o primeiro trimestre, os itens que registraram os maiores recuos em seus preços foram:
- Cebola: -36,75%;
- Batata: -11,99%;
- Tomate: -10,07%;
- Óleo de soja: -6,60%;
- Carne bovina (corte traseiro): -3,74%;
- Carne bovina (dianteiro): -2,91%;
- Frango congelado: -2,47%;
- Café torrado e moído: -2,15%.
Em resumo, a forte queda no preço da cebola aconteceu devido ao aumento da oferta do item no país. Esse cenário é completamente diferente do observado no ano passado, quando o valor do item mais que dobrou, na comparação com o 2021.
Já em relação à batata, o recuo em seu preço foi provocado pela redução da demanda. Dessa forma, os estoques se mantiveram elevados, e os varejistas comercializaram o item a valores menores que em outros meses.
Veja os itens que ficaram mais caros no trimestre
Embora os itens citados tenham ficado mais baratos no país, aliviando um pouco o bolso dos consumidores, outros tantos registraram aumento em seus preços. Confira abaixo os produtos com os avanços mais expressivos no primeiro trimestre de 2023:
- Ovo: +10,33%;
- Farinha de mandioca: +7,64%;
- Feijão:+7,29%;
- Arroz: +6,05%;
- Leite longa vida:+ 4,40%.
O maior avanço trimestral foi registrado pelo ovo. Em suma, o valor do item acabou impulsionado pela redução da oferta no mercado interno. Na verdade, desde o início do ano que havia projeções para o aumento do preço do ovo no país, mas os analistas não acreditavam na escassez do item, como estava acontecendo em outros países.
A farinha de mandioca seguiu a mesma trajetória, ficando mais cara no país. A saber, a redução da oferta da mandioca e o aumento das chuvas nas regiões produtoras pressionaram os preços do item nos primeiros meses de 2023. E isso deve se repetir em abril devido à continuidade do tempo chuvoso.
No caso do feijão, o principal fator para a alta nos preços foi a redução na área plantada. Em síntese, o feijão vem perdendo espaço para outras culturas, segundo a Abras, e isso tem elevado o preço da leguminosa no país.
Por sua vez, o último ciclo do arroz ficou 7,9% menor devido à redução da área plantada. Além disso, as condições climáticas adversas também afetaram o desenvolvimento da cultura, principalmente no Rio Grande do Sul, maior produtor nacional de arroz.
Vale destacar que, ao considerar apenas a cesta de alimentos básicos (com 12 produtos), excluindo itens de higiene e beleza, o preço caiu apenas 0,10% em março, na comparação com fevereiro. Assim, o valor médio da cesta chegou a R$ 319,91 no país.
Esse dado mostra que os alimentos básicos continuaram com preços bastante semelhantes aos registrados no início de 2022. A queda mais intensa nos valores foi puxada, principalmente, por itens de higiene e beleza.
Consumo cresce no país
Nesta semana, a Abras também revelou que o consumo nos lares brasileiros cresceu 1,98% no primeiro trimestre de 2023, na comparação com o mesmo período do ano passado. Isso quer dizer que as famílias do país aumentaram o volume de compras no início deste ano, apesar das dificuldades observadas no país.
“Os três primeiros meses trouxeram um certo alívio para o bolso dos consumidores com uma menor pressão da inflação sobre a cesta de alimentos, diferentemente do que ocorreu no mesmo trimestre do ano passado em que se registrou a escalada dos preços das principais commodities no mercado internacional com a invasão da Ucrânia pela Rússia”, disse Marcio Milan, vice-presidente da Abras.
A expectativa é que o nível de consumo nos lares do país continue elevado, uma vez que a inflação segue em tendência de queda. Ao mesmo tempo, o governo federal permanece realizando o pagamento de benefícios sociais, aumentando o pode de compra de milhões de pessoas.
Por fim, o novo reajuste do salário mínimo, que vai passar de R$ 1.302 para R$ 1.320, começa a valer a partir do dia 01/05/2023. Isso também deverá fortalecer o consumo no país.