Depois de constantes altas, o preço da cesta básica ficou menor em 9 das 17 capitais que fazem parte da análise. O estudo se baseia no mês passado, ou seja, junho.
Mesmo assim, não há muito o que se comemorar, já que uma cesta básica pode chegar a custar R$645. (Veja abaixo o preço da cesta básica nas capitais em que o estudo foi realizado).
Em outras palavras, o preço mais alto da cesta básica consome quase 60% da renda de uma família que vive com um salário-mínimo do país.
Com isso, sobrariam apenas aproximados 40% para pagar todas as outras contas com luz, água e aluguel.
O preço da cesta básica mais cara (R$ 645) é também mais que o dobro do valor médio (R$ 250) pago pelo governo federal por meio do auxílio emergencial 2021.
Neste cenário, o benefício foi inclusive chamado de auxílio da fome. Veja aqui a quantidade de alimentos que dá para comprar com o valor.
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, feita mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Veja também: Bolsonaro terá aumento de 6% no salário e ministros de até 69%
Salário-mínimo defasado
Para se ter uma ideia, o salário-mínimo acumula uma diferença de valores entre a realidade x valor ideal.
Levando-se em conta o preço mais caro da cesta básica, de R$ 645, o Dieese estima que o salário-mínimo deverei ser R$ 5.421,84.
Este valor é calculado como ideal para garantir segurança alimentar para uma família de duas crianças e dois adultos. Além de moradia e outros gastos, previstos com direito na Constituição Federal de 88.
Em outras palavras, uma família deste tamanho deveria receber quase 5 vezes do que hoje é determinado como salário-mínimo (R$1,1 mil).
Preço da cesta básica por capital
- Florianópolis – R$ 645,38;
- Porto Alegre – R$ 642,31;
- São Paulo – R$ 626,76;
- Rio de Janeiro – R$ 619,24;
- Curitiba – R$ 618,57;
- Vitória – R$ 611,29;
- Brasília – R$ 584,99;
- Campo Grande – R$ 566,78;
- Goiânia – R$ 551,49;
- Fortaleza – R$ 541,61;
- Belo Horizonte – R$ 532,01;
- Belém – R$ 518,53;
- Natal – R$ 500,20;
- João Pessoa – R$ 495,76;
- Recife – R$ 483,92;
- Aracaju – R$ 470,97;
- Salvador – R$ 467,30;
Altas e baixas nos preços
O estudo feito pelo Dieese apontou em qual capital a cesta básica mais aumentou de preço ou então diminuiu.
Entre as capitais com maior aumento de preços estão:
- Fortaleza (1,77%);
- Curitiba (1,59%) ;
- Florianópolis (1,42%).
Já entre as capitais com diminuição de preços estão:
- Goiânia (-2,23%);
- São Paulo (-1,51%);
- Belo Horizonte (-1,49%);
- Campo Grande (-1,43%).