PIX será taxado? Diretor do Banco Central explica

PIX será taxado? Diretor do Banco Central explica

Um dos maiores temores de parte dos brasileiros, uma possível taxação do sistema do Pix foi tema de debate no Banco Central

A cada ano que passa, o Pix se torna mais popular entre os brasileiros. De acordo com as informações oficiais, todos os dias milhões de cidadãos usam este sistema para pagar contas, fazer transferências, pagamentos ou até mesmo para quitar algumas dívidas. Mesmo por isso, toda a história que envolve o Pix acaba chamando atenção.

Um dos temas que não sai dos holofotes é a possível taxação deste sistema de transferência. O assunto ganhou força ainda no ano passado, durante as eleições presidenciais de 2022. Na ocasião, uma postagem indicava que o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria prometido taxar o Pix.

A informação falsa voltou a circular no final do ano passado, quando Lula já estava comandando o seu governo de transição. Do ponto de vista do governo federal não há, até aqui, qualquer indicação de taxação do sistema do Pix, para além das taxações que já existem hoje. De toda forma, o Banco Central (BC) decidiu entrar na discussão.

O que diz o Banco Central

Nesta segunda-feira (4), o diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central (BC), Renato Dias de Brito Gomes, foi questionado por jornalistas sobre o assunto. Ele comandou uma entrevista coletiva apresentando algumas ideias do Banco Central para o futuro do Pix.

De acordo com Brito Gomes, os cidadãos não precisam se preocupar. Ao menos até agora, não há nenhum projeto por parte do Banco Central sobre uma possível criação de taxação das transferências para pessoas físicas.

“Espero que não. Não é assunto do BC, mas seria uma loucura”, afirmou Gomes, na live semanal da instituição.

PIX será taxado? Diretor do Banco Central explica
Diretor do BC nega intenção de taxar Pix. Imagem: Edilson Rodrigues/ Agência Brasil

Pix Crédito

Segundo Brito, o Banco Central está focado em outras prioridades para o pix, como a construção de um sistema de crédito, que poderá ser usado pelos cidadãos para realizar compras de maneira parcelada, sem a necessidade da utilização do cartão de crédito.

“O grande impacto do Pix é substituir dinheiro, que vai sempre existir, mas é um meio de pagamento ineficiente, Quanto mais houve migração de dinheiro para meios digitais, sobretudo o Pix, melhor. A preocupação do Pix não é substituir cartão de crédito, que oferece também outros serviços. Mas o crédito é uma grande avenida de desenvolvimento para o Pix”, completou.

Servidores

O representante do BC também se colocou em posição de apoio às reivindicações de servidores do Banco Central, que estão exigindo uma reestruturação da carreira do órgão.

“A equipe que trabalha no Pix entregou muito, e um dos grandes desafios para seguir na agenda evolutiva é a moral da equipe, devido à avaliação de que a carreira do Banco Central não é devidamente valorizada”, concluiu Brito Gomes.

Relatório sobre o Pix

Nesta segunda-feira (4), o Banco Central publicou o “Relatório de Gestão do Pix – Concepção e primeiros anos de funcionamento 2020-2022”. Este documento apresenta algumas curiosidades, além de números sobre transações por Pix que foram realizadas em seus três primeiros anos de funcionamento.

Entre outros pontos, o documento crava que o maior Pix já realizado foi de nada menos do que R$ 1,2 bilhão. O saldo foi transferido de uma conta para outra em dezembro do ano passado. O Banco Central optou por não dar mais detalhes sobre este procedimento.

Para além disso, o BC também divulgou outros números importantes sobre a utilização do Pix nos três primeiros anos de atuação.

  • Desde o lançamento do PIX até dezembro de 2022, quase 61% das transferências foram inferiores a R$ 100;
  • Quando consideradas transações cujos pagadores são apenas pessoas físicas, 93,1% dessas operações são abaixo de R$ 200;
  • Já considerando transações apenas entre pessoas jurídicas privadas, há uma concentração na faixa média de até R$ 500;
  • Quando se considera apenas as pessoas jurídicas, apenas 18,6% das transações têm valor a partir de R$ 2 mil.

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