O PIX é o novo sistema de transferência de dinheiro e pagamentos desenvolvido pelo Banco Central. Seis meses após ter sido lançado, o PIX já soma mais de R$ 1 trilhão em transações. A ferramenta já responde por mais da metade das transferências bancárias do país, segundo dados do Banco Central.
Devido ao seu bom desempenho, a nova ferramenta surpreendeu os técnicos do Banco Central responsáveis pelo desenvolvimento do PIX. Ademais, o Banco Central afirma que o sistema pode crescer ainda mais, pois novas funções estão prontas para entrar em operação.
O PIX saque e PIX troco serão algumas das funções que serão incluídas no sistema. As novas operações irão permitir que usuários possam fazer saques em dinheiro ou então obtenham troco em moeda após pagamento com o uso do PIX, por exemplo. Isso irá permitir que clientes tenham mais facilidade na realização de compras e transações.
“Essa é uma funcionalidade que vai trazer muitos benefícios à população, principalmente às pessoas que vivem nas periferias das grandes cidades, onde as redes de ATM [caixas eletrônicos] não estão tão presentes, e nas pequenas cidades também”, diz Ângelo Duarte, chefe do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central.
Duarte informou ainda que a instituição planeja que o sistema tenha capacidade de realizar transações “offline”, ou seja, sem necessidade de acesso à internet. O objetivo é permitir que clientes sem acesso à internet também consigam usar o PIX.
Resultados do PIX
No mês de Abril, o PIX foi responsável por 51% de todas as transações bancárias do país, segundo dados do Banco Central. Foi a primeira vez que o sistema de transferências instantâneas foi utilizado em mais da metade dessas operações.
Os outros 49% das transações bancárias são referentes a opções como TED, DOC, boleto ou cheque. Este dado não inclui operações feitas por cartão de crédito, por exemplo, mas indica o sucesso do PIX em concorrer com outras opções de transferências.
Além disso, de acordo com o Banco Central, um a cada 3 brasileiros adultos já utilizaram o PIX ao menos uma vez. Desde o lançamento do sistema, em novembro de 2020, até abril de 2021, os bancos cadastraram mais de 400 milhões de usuários para uso do sistema. Outro dado relevante, é de que cerca de 94% dos usuários são pessoas físicas.
As pessoas físicas são responsáveis pela maior parte das transações realizadas no país, ainda de acordo com o Banco Central. Do total de 410 milhões de transações realizadas apenas em abril, 313,5 milhões (76,5%) foram entre duas pessoas.
Mas o sistema é realmente seguro?
Alguns usuários ficaram receosos quanto a segurança da ferramenta de transações e pagamentos, desde seu lançamento. Porém, o Banco Central garante que a segurança é um fator de extrema importância, desde o início da construção do PIX ela é priorizada em todos os aspectos do sistema.
“Não existe fraude no PIX. O que existe, de fato, são aquelas tentativas de obter dados bancários, dados pessoais das pessoas através do envio de SMS, de email. São tentativas de fraude que usam o PIX nesse momento porque o PIX está muito em evidência”, aponta Ângelo Duarte, do Banco Central.
O especialista em direito bancário e mercado financeiro, Leandro Vilarinho Borges recomenda que os usuários tenham cuidado ao fazer transferências e pagamentos, mas que o PIX é um sistema confiável.
“O que a gente observa no dia a dia são fraudes, são pessoas tentando aplicar golpes usando o PIX, mas que não necessariamente é uma violação do sistema do PIX, mas sim usam de situações corriqueiras, do cotidiano para aplicar golpes. Como, por exemplo, usando um perfil falso de um familiar, pedindo uma transferência pelo PIX. Então, atenção aos golpes, mas confiança de que o PIX é muito seguro”, disse o especialista.