O Pix é um sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central em 2020, o qual se tornou muito popular no Brasil ao longo dos anos. A ferramenta é tão utilizada que especialistas afirmam que, em um futuro próximo, ela pode acabar substituindo outros meios de pagamento.
Nesse sentido, neste ano o Pix já superou o montante transacionado por todos os tipos de cartões, o que inclui o débito, crédito e o pré-pago. De acordo com dados do Banco Central, no período de janeiro a junho de 2023 já foram R$ 7,3 trilhões movimentados através da ferramenta.
Por outro lado, nesse mesmo período do primeiro semestre de 2023 os cartões de crédito, débito e pré-pago movimentaram apenas R$ 1,7 trilhão. Os dados são de um levantamento recente da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços).
No entanto, apesar do número bem abaixo do que o apresentado pelo Pix, os cartões tiveram uma alta no montante transacionado, que cresceu cerca de 8% no período entre janeiro e junho deste ano.
Além disso, em questão de quantidade de operações realizadas, os cartões de débito, crédito e pré-pago apresentaram um número de 19,8 bilhões neste mesmo período. Sendo assim, esse número representa mais de 113 milhões de pagamentos com cartões por dia.
Crescimento do Pix e impactos no cartão de débito
Em novembro de 2023 o Pix estará completando 3 anos desde seu lançamento, que foi um grande sucesso. Não é exagero afirmar que a ferramenta de transferências instantâneas revolucionou os métodos de pagamento no Brasil, sendo a maior inovação do sistema financeiro do país na última década.
Sendo assim, o Pix apresentou um alto crescimento no primeiro semestre de 2023, em comparação com o mesmo período do ano passado. Dessa forma, a ferramenta apresentou um crescimento de 59,3% no montante de dinheiro movimentado, assim como um crescimento de 80,6% na quantidade de transações realizadas.
Com esse grande crescimento do Pix, os cartões agora possuem um grande concorrente nas formas de pagamento utilizadas pelos brasileiros. Tudo indica que o uso de cartões será menor ao longo do tempo, enquanto o Pix deve continuar ganhando espaço.
Além disso, o cartão de débito é o mais afetado pelo crescimento do Pix. Segundo dados da Abecs, a modalidade de débito demonstrou uma queda de 3,3% no montante de valores transacionados neste primeiro semestre de 2023. A tendência é que essa queda continue aumentando.
Cartão de crédito também é afetado?
Apesar do cartão de débito ser o mais afetado inicialmente, o Pix também pode acabar diminuindo o uso do cartão de crédito, com o lançamento de novas funções da ferramenta de transferências instantâneas.
Nesse sentido, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, afirmou no dia 11 deste mês que a função crédito poderá ser utilizada em breve, via Pix, pelos consumidores brasileiros. Desta maneira o sistema de pagamentos instantâneos, criado pelo BC em 2020, dispensará o uso de cartões de crédito.
“Você vai juntar o Pix e outros produtos, lembrando que você vai poder começar a poder fazer crédito no Pix, então, em algum momento, no futuro, você não precisará ter cartão de crédito, poderá fazer tudo no Pix”, afirmou Campos Neto. A declaração foi dada em um evento em Curitiba, promovido pela Associação Comercial do Paraná.