Muitos brasileiros esperam ansiosamente a chegada da Páscoa. A data festiva é marcada, entre outras coisas, pelo aumento do consumo de chocolate no país. No entanto, o doce poderá ter um sabor bastante amargo para muitas pessoas em 2023.
Em resumo, a celebração da Páscoa é marcada pela entrega de ovos de chocolate, especialmente para crianças. A data é esperada por muitos pequenos, que contam os dias para a visita do coelhinho com os tradicionais ovos de chocolate. Contudo, em 2023, a esperada visita pode não acontecer para todas as crianças.
De acordo com um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), os preços dos ovos de chocolate estão de 13% a 18% mais caros neste ano, em comparação a 2022.
Segundo o levantamento, os donos de supermercados revelaram que, em média, 20% das encomendas se referem a ovos de 100g a 521g, além dos modelos que vêm com brinquedos ou brindes, que são os mais populares entre as crianças.
Ao considerar os miniovos, coelhos e barras de chocolate, 25,1% do volume total de vendas devem englobar os modelos de 60g até 101g. Já os bombons de 77g a 250g deverão representar 26,7% do volume geral de vendas.
“É importante a gente ver que a fabricação de ovos vem em algo em torno de 6 a 8 meses antes e uma grande parte desses custos de produção é o investimento em estoque”, explicou o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.
Consumo de chocolate deve crescer em 2023
Embora os preços dos itens de chocolate devam ficar mais caros em 2023, o consumo destes produtos não deverá encolher no Brasil. Pelo contrário, a Abras estima que o consumo total de ovos, bombos, barras, entre outros produtos, deverá crescer em torno de 15% em relação ao ano passado.
A entidade revelou que o consumo da colomba pascal de chocolate deverá crescer 14,4% neste ano. Por sua vez, o consumo da colomba pascal de frutas cristalizadas deverá crescer ainda mais. Em suma, a expectativa é que haja um aumento de 23,8% no seu consumo no país em 2023.
Para quem não sabe, esse adereço alimentar se faz muito presente na Páscoa. A colomba pascal, um tipo de bolo ou pão, lembra o panetone e simboliza a vinda do Espírito Santo, preconizando a paz.
Confira abaixo outros itens que também deverão registrar crescimento das vendas neste ano:
- Peixes em geral: 19,6%
- Bacalhau: 18,9%
- Ovos de galinha: 17,3%
- Batata: 15,4%
- Azeitona: 14,4%
- Azeite: 14,3%
Em síntese, a Abras explicou que estes itens de almoço deverão se destacar, com os maiores volumes de comercialização no período.
Já em relação às bebidas, o consumo dos seguintes itens deverá crescer em 2023:
- Cerveja: 23,7%
- Vinho importado: 20,6%
- Suco: 19,3%
- Refrigerante: 18,7%
- Vinho nacional: 17,7%
“A Páscoa é o momento em que as famílias buscam produtos de maior qualidade como pescados, bacalhau, azeites, vinhos, cervejas e os tradicionais chocolates, tanto em barras quanto em ovos de chocolate para o consumo ou para presentear”, analisou Milan.
Volume de vendas não supera pré-pandemia
O volume de vendas de chocolate deverá crescer em 2023, mas o resultado não irá superar o nível pré-pandemia. De acordo com Fabio Bentes, economista-sênior da Confederação Nacional do Comércio de Bens e Serviços (CNC), a população ainda sofre com os impactos trazidos pela pandemia da covid-19.
“A razão para isso é o fato de que a gente ainda vive uma inflação de alimentos muito forte no Brasil e a Páscoa é uma data onde há um consumo muito maior de alimentos do que outros tipos de produtos. Então isso vai afetar o desempenho na Páscoa deste ano”, explicou Bentes.
O economista também revelou que houve um aumento de importações de itens bastante consumidos no período, como chocolate e bacalhau. Em resumo, a expectativa é que a Páscoa de 2023 seja um pouco mais modesta.
“Isso, mesmo considerando que a taxa de câmbio do dólar recuou um pouquinho – cerca de 5% – entre a Páscoa de 2022 e a de 2023”, disse o economista da CNC.
Por fim, a Abras revelou que a expectativa é que 20% das compras da Páscoa aconteçam na véspera da data, ou seja, no sábado. Por isso, os brasileiros que pretendem fazer compras físicas, mas que não querem enfrentar filas de espera, devem se programar para ir às compras mais cedo. Assim, poderão fugir de possíveis dores de cabeça, gastando menos tempo nesse momento.