Produção de ovos de galinha no Brasil bate recorde em 2022

Abate de bovinos volta a crescer, após dois anos de retração, mas aquisição de leite encolhe; abate de suínos atinge novo recorde

A produção de ovos de galinha bateu recorde em 2022. Em resumo, o Brasil produziu 4,06 bilhões de dúzias, o que representa um crescimento de 1,12% em relação a 2021, mais um ano de recorde de produção.

De acordo com Bernardo Viscardi, analista da pesquisa de Produção de Ovos de Galinha (POG), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a demanda do mercado interno impulsionou a produção em 2022, visto que apenas 1% da proteína produzida é exportada.

O ovo é a proteína mais barata, em termos absolutos, dentre todas as pesquisadas, sendo uma ótima alternativa às carnes bovina, suína e de frango. Os ovos são utilizados tanto para consumo, quanto para incubação. Logo, o crescimento da produção de carne de frango acompanha o aumento da atividade de ovos incubados, férteis”, explicou o analista.

Além disso, o IBGE destacou que “o aumento generalizado da inflação no setor de proteína animal contribuiu para o consumo interno de ovo, fonte mais acessível, em termos absolutos, em comparação às carnes”. Isso aconteceu apesar dos altos custos de produção e das baixas margens para produtores, que vêm afetando a cadeia produtiva desde 2020.

Confira abaixo o percentual nacional das unidades federativas (UFs) com as maiores produções de ovos de galinha:

  • São Paulo: 27,1%
  • Paraná: 9,4%
  • Minas Gerais: 8,9%
  • Espírito Santo: 8,4%

Embora a produção de ovos tenha crescido, o abate de frangos encolheu em 2022. Segundo o IBGE, houve o abate de 6,11 bilhões de cabeças de frangos no ano passado, redução de 1,26 milhão de cabeças. Apesar do recuo, o resultado foi o segundo melhor da série histórica, iniciada em 1997, atrás apenas do saldo de 2021.

Abate de bovinos volta a crescer no país

Após dois anos de queda, o abate de bovinos voltou a crescer no país. Em suma, o IBGE registrou o abate de 29,80 milhões de cabeças de bovinos. A coleta acontece apenas em estabelecimentos que realizam o abate de acordo com a fiscalização sanitária federal, estadual ou municipal.

O resultado ficou 7,5% superior à quantidade cabeças abatidas em 2021, quando houve o abate de 27,71 milhões de cabeças. Aliás, em 2022, 23 das 27 UFs registraram aumento da quantidade de cabeças abatidas, em relação ao ano anterior, com destaque para São Paulo (+529,27 mil cabeças), Mato Grosso do Sul (+320,74 mil), Minas Gerais (+229,26 mil).

“O aumento de 19,1% do abate de fêmeas foi fundamental para essa retomada. São os ciclos da pecuária. Depois de um período de retenção das vacas para procriação, seguido pela entrada dos bezerros no mercado e sua consequente desvalorização pelo aumento da oferta, as fêmeas começam a ser destinadas ao abate”, explicou Viscardi.

Os três estados com as maiores quantidade de bovinos abatidos, concentrando mais de 38% do resultado nacional, foram:

  • Mato Grosso: 15,8%
  • São Paulo: 11,5%
  • Mato Grosso do Sul: 11,0%

Aquisição de leite recua

De acordo com o IBGE, “em 2022, os laticínios que atuam sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária captaram 23,85 bilhões de litros, com queda de 5,0% frente a 2021”. Aliás, houve queda na aquisição de leite em todos os meses de 2022, em relação ao mesmo período de 2021, com destaque para janeiro (-253,72 milhões de litros).

“O fenômeno La Niña provocou seca no sul do Brasil, prejudicando as pastagens e consequentemente fazendo a produção de leite cair. Os altos custos de produção que influenciam o preço do leite, envolvendo ração, energia e combustível, associados à baixa demanda do mercado interno, foram outros fatores importantes”, disse Bernardo Viscardi.

Os estados que tiveram os melhores resultados de aquisição de leite, respondendo por mais da metade da produção nacional, foram:

  • Minas Gerais: 24,5%
  • Paraná: 14,3%
  • Rio Grande do Sul: 13,3%

Abate de suínos bate recorde

O Brasil abateu 56,15 milhões de cabeças de suínos em 2022, o que representa uma alta de 5,9% em relação a 2021. O resultado é recorde da série histórica e corresponde a um aumento de 3,10 milhões de cabeças abatidas, superando o recorde anterior, registrado em 2021.

“É uma carne com custo menor, mais acessível do que a carne bovina. A indústria de suínos vem trabalhando com cortes fáceis de preparar, o que naturalmente ajuda a elevar o consumo. Além disso, as exportações aumentaram”, explicou Viscardi.

“Apesar da recuperação do seu plantel após o controle da Peste Suína Africana, alguns dos principais destinos da carne brasileira, como China, Vietnã e Filipinas, mantiveram as importações em patamares elevados”, acrescentou.

Por fim, os estados que registraram o maior número de cabeças de suínos abatidas, liderando o ranking nacional em 2022, foram:

  • Santa Catarina: 28,5%
  • Paraná: 20,4%
  • Rio Grande do Sul: 17,3%

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