Tanto a OMS quanto a Organização das Nações Unidas vem alertando sobre os perigos do BPA.
As entidades citam principalmente a quantidade de BPA encontrada no sangue e na urina humanos, algo que pode ocasionar em doenças ou problemas reprodutivos.
Enquanto isso, estudos com animais aquáticos, ratazanas e camundongos criaram uma suspeita de que o BPA representa um perigo para animais vertebrados em geral.
Segundo os especialistas, o BPA é um “disruptor endócrino”. Isso significa que perturba a maneira como os hormônios regulam a saúde reprodutiva.
Conforme descrito em um artigo intitulado “The Politics of Plastics”, publicado no American Journal of Public Health, os cientistas relataram distorções relacionadas ao BPA nos órgãos e funções reprodutivos das mulheres e sugeriram que as alterações podem ser devido a o fato de que o BPA imita de perto o estrogênio, um hormônio sexual feminino.
Vale dizer também que o BPA imita o andrógeno, um hormônio sexual masculino. Não surpreendentemente, estudos mostraram que o BPA ameaça o potencial reprodutivo de cavalos- marinhos e camundongos machos.
Os experimentos que demonstram a imitação de estrogênio causaram preocupação excepcional, pois o BPA é estruturalmente muito semelhante a um infame imitador de estrogênio, o dietilestilbestrol.
Durante os anos de 1940-1971, o dietilestilbestrol foi amplamente prescrito para mulheres grávidas na esperança de prevenir aborto e parto prematuro. Infelizmente, com o passar dos anos, as mulheres expostas a ele enquanto estavam no útero de suas mães desenvolveram vários problemas de saúde, incluindo infertilidade e órgãos reprodutivos malformados.
BPA no Meio Ambiente
O BPA se decompõe facilmente no solo e no ar, mas não na água. Um estudo realizado por cientistas na Turquia que foi publicado em 2019 no Boletim de Contaminação Ambiental e Toxicologia, revisado por pares, mostrou que o BPA não começou a se degradar na água natural do rio até depois de 50 dias. Na água do mar, não houve sinais detectáveis de degradação até depois de 150 dias.
Tão importante quanto a meia-vida como medida da ameaça ambiental do BPA é o volume do produto químico que é despejado no meio ambiente a cada ano. Infelizmente, esse número é difícil de encontrar.
Os dados da OMS e da FAO são de 2009. A estimativa mais recente da EPA da poluição do BPA no meio ambiente é um Plano de Ação datado de 2010. Nele, a EPA estimou que “as liberações de BPA para o meio ambiente excedem um milhão de libras por ano”.
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