A agenda de privatizações deve ganhar novos avanços este ano, ao menos é o que prevê o ministro da Economia, Paulo Guedes. Para 2022, a privatização dos Correios e da Eletrobrás devem avançar garantiu ele no evento do Seminário Economia Brasil, junto a empresários. As informações são do G1.
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“Vamos fazer uma capitalização da Eletrobrás, ela será transformada em uma grande corporação e, ao mesmo tempo, ela desbloqueia o investimento para todo o setor privado do mundo, vem eólica, vem solar, vem energia limpa, novas hidrelétricas. Inclusive porque nós vamos reconstruir a capacidade de investimento do setor público. Vamos criar o fundo de reconstrução nacional em cima dessa transformação do estado”, disse Paulo Guedes.
A privatização deve seguir na esteira de outras já programadas pelo ministro. “Nesse ano, nosso projeto: Eletrobrás, Correios, porto de Santos, o maior porto da América do Sul, porto de Vitoria, aeroporto Santos Dumont, aeroporto de Congonhas, em São Paulo e aeroporto Galeão, no Rio de Janeiro. Isso tudo nós estamos trabalhando”, completou.
O processo de privatização estaria aliado a um processo de renovo da possibilidade de investimento do setor público, defendeu Paulo Guedes.
Críticas a privatização dos Correios
Os Correios lucram R$ 3,7 bilhões em 2021 e devem voltar a pagar dividendos ainda este ano ao governo. Sua privatização encontra crítica de alguns especialistas, já que o serviço prestado é necessário para toda população.
Visando o lucro, os especialistas avaliam que entregas em pequenas cidades possam ser prejudicadas, já que nem sempre são vantajosas financeiramente. Outro ponto é que muitas agências nestes mesmos munícipios podem fechar.
Já quem concorda com a medida, avalia que isso poderia atrair empresários e até gerar mais empregos. O que de fato acontecerá ainda não se sabe.
Já a ideia de privatizar a Eletrobrás, é transformar a estatal numa grande corporação. Novamente a regra do lucro pode afetar o serviço prestado e até encarecer a conta de luz, dizem analistas contrários a medida. Outros veem no processo uma oportunidade de um serviço melhor.
O professor da Faculdade de Economia e Administração da USP, Paulo Feldmann, ex-presidente da Eletropaulo, crítica a medida. “Acho um problema privatizar a Eletrobras. Alemanha, França, Itália, Japão têm uma única estatal de energia. Mesmo os países neoliberais não privatizaram, só os Estados Unidos”, disse ele a Veja.
Outro problema teria relação com a falta de competição, que poderia encarecer a conta de luz e não melhorar o serviço. Exemplo disso é a Eletropaulo.
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Paulo Guedes fala sobre a situação do trabalhador brasileiro