Parlamentares de direita passam a criticar valor do Auxílio Emergencial

O Governo Federal provalmente se acostumou a conviver com críticas de parlamentares de direita quando o assunto é o Auxílio Emergencial. No entanto, nos últimos dias essas críticas estão ganhando um novo grupo político e entrando também no lado mais à direita do parlamento.

Internamente, essas críticas sempre existiram, mas eram um pouco mais veladas. Desde que se revelou que o Presidente Jair Bolsonaro pode ter um aumento de salário junto com o seu vice, Hamilton Mourão, isso acabou mudando um pouco de figura.

De acordo com informações da imprensa, alguns deputados e senadores de direita estão vendo esse aumento do salário do Presidente como algo indefensável. Principalmente porque o próprio Bolsonaro disse recentemente que os valores do benefício emergencial são mesmo baixos.

Segundo o Ministério da Cidadania, que responde pelo programa, o novo Auxílio Emergencial está pagando quatro parcelas de valores que variam entre R$ 150 e R$ 375. O Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que não há possibilidade de aumento mesmo que os parlamentares façam muita pressão.

Ainda de acordo com o Ministério, o que pode acontecer mesmo é uma prorrogação do benefício. Alguns parlamentares da base governista, por exemplo, querem que essa prorrogação vá até, pelo menos, o mais próximo do final deste ano.

Pressão do MBL

Nesta última semana, membros importantes do Movimento Brasil Livre (MBL) também entraram na onda de críticas ao Presidente Jair Bolsonaro. A maioria dessas reclamações públicas aconteceram justamente depois da criação da regra que permite o aumento do salário do chefe do executivo.

Um desses parlamentares, aliás, foi Kim Kataguiri (DEM-SP). De acordo com ele, seria um absurdo que Bolsonaro tivesse um aumento de salário no mesmo momento em que as pessoas estão recebendo um auxílio mensal de R$ 150. Esse é o valor menor do programa atual.

Nesta semana, Kataguiri e o vereador Rubinho Nunes (Patriota – SP), que também se considera de direita, entraram com uma ação civil pública na Justiça do Distrito Federal. Eles pediram para que os juízes considerassem a lei do aumento de salário de Bolsonaro inconstitucional. Ainda não há, no entanto, uma resposta para isso.

Auxílio de R$ 150

Como dito, o novo Auxílio Emergencial de R$ 150 não é o único nesse novo programa do Governo Federal. No entanto, ele é o mais comum. De acordo com informações do próprio Ministério da Cidadania, a maioria dos trabalhadores informais recebem mesmo esse valor menor.

De acordo com o Governo Federal, o Auxílio está pagando menos em 2021 justamente porque o país não está mais no período de calamidade pública. Então o Ministério da Economia está tendo que obedecer o teto de gastos da PEC Emergencial. Esse teto é portanto de R$ 44 bilhões. O argumento, no entanto, não convenceu o MBL.

“O simples fato do governo se preocupar com esse tipo de questão no momento que ultrapassamos quatrocentas mil mortes já seria por si só ultrajante. Além disso, R$ 180 milhões é infinitamente superior aos míseros R$150,00 de auxílio emergencial. Esse é o valor que muitos estão dispondo para sobreviver. Essa portaria se torna um verdadeiro descalabro”, escreveu Kim Kataguiri.

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