O Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) disse durante uma live na internet neste final de semana que é a favor da prorrogação do Auxílio Emergencial. De acordo com ele, o Congresso estaria ciente da responsabilidade de prorrogar o benefício por mais alguns meses.
“Talvez, (o Auxílio) precisará ser prorrogado por um, dois ou mais meses em função da pandemia ainda estar presente. É muito importante, e o Congresso Nacional está ciente disso, que o auxílio emergencial, ao ser finalizado, já seja imediatamente sucedido por um programa que atinja essa camada vulnerabilizada da sociedade”, disse ele.
Essa não é a primeira vez que Pacheco bate na tecla de que o Congresso precisa aprovar um projeto novo para depois do fim do Auxílio Emergencial. Esse benefício novo certamente será a nova versão do Bolsa Família, que deve chegar no bolso do brasileiro a partir do segundo semestre deste ano.
Nesta mesma live, o Presidente do Senado disse que os valores desse projeto novo precisam acompanhar os aumentos dos preços dos produtos. Ele citou a questão dos custos das cestas básicas nas principais capitais do país. Nesta semana, aliás, os trabalhadores terão um novo aumento no valor do gás de cozinha. Tudo isso pesa portanto na renda dos brasileiros.
“Esse diálogo existe permanentemente com o Ministério da Economia e com o Ministério da Cidadania. O importante é que ele tenha valores, que sejam valores que sejam compatíveis com o aumento do preço das coisas, especialmente dos itens da cesta básica. É importante que isso também se reflita na fixação do valor desse auxílio, dessa assistência social do Estado”, disse o Presidente do Senado.
Valores do Auxílio
No entanto, aumentar os valores do benefício emergencial para o patamar dos valores de uma cesta básica é algo impensável para o Governo Federal agora. De acordo com o Ministério da Economia, o Brasil não conseguiria pagar tanto dinheiro para tantas pessoas de uma só vez. Eles dizem que isso seria impossível.
De acordo com dados oficiais, uma cesta básica costuma custar em média algo em torno de R$ 600 em cidades como Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo. O Auxílio Emergencial atual está pagando valores que variam entre R$ 150 e R$ 375, de acordo com o Ministério da Cidadania.
O Governo, no entanto, pretende subir os valores do novo Bolsa Família. Hoje, a média de pagamentos é de R$ 190 e isso deve subir para o patamar dos R$ 300. Mesmo assim, esse valor ainda deve ficar muito abaixo do preço de uma cesta básica nas maiores cidades do Brasil.
Discordâncias dentro do Governo
Se o Presidente do Senado concorda com a prorrogação do Auxílio, o mesmo não se pode dizer do Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Em entrevista recente, o parlamentar disse que o ideal neste momento seria começar os pagamentos do novo Bolsa Família em agosto.
Nesta entrevista, ele até se comprometeu em agilizar a aprovação do projeto na Câmara. No entanto, mesmo com essas discordâncias, o Ministro da Economia garante que vai existir uma unidade dentro do Governo em torno da prorrogação do Auxílio por mais dois ou três meses.
Um exemplo disso seria o próprio Presidente Jair Bolsonaro. Em discurso recente, o chefe do executivo criticou duramente as pessoas que estavam pedindo pela prorrogação do benefício. No entanto, agora ele parece ter mudado de ideia sobre esse assunto.