OMS e Unicef: 16 milhões de alunos não têm água e sabão para lavar as mãos nas escolas do Brasil

Informe da OMS e Unicef revelam que 16 milhões de alunos brasileiros não contam com escolas com água e sabão para lavar as mãos.

Destes, cerca de 6 milhões de crianças no Brasil frequentam estabelecimentos de ensino sem acesso à água tratada. Além disso, 2 milhões não têm serviços sanitários básicos.

Os dados são um alerta para a população e os governos, uma vez que em muitos estados já está cogitando-se a reabertura das escolas em meio à pandemia.

De acordo com as instituições, se de fato as aulas presenciais voltarem, para que sejam seguras, será preciso conseguir que alunos e professores tenham acesso à higiene básica. Para obter tal resultado, as entidades cruzaram dados do Censo Escolar e da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar.

Escolas no mundo na pandemia

Globalmente, 43% instituições de ensino não tinham acesso à infra-estrutura básica para lavar as mãos com água e sabão em 2019. De acordo com a OMS, essa é “uma condição fundamental para que as escolas possam operar com segurança no meio da pandemia de coronavírus”.

“O fechamento global de escolas desde o início da pandemia da Covid-19 apresentou um desafio sem precedentes para a educação e o bem-estar das crianças”, disse Henrietta Fore, diretora-executiva da UNICEF. “Devemos priorizar o aprendizado das crianças”. Isto significa garantir que as escolas sejam seguras para reabrir – inclusive com acesso à higiene das mãos, água potável limpa e saneamento seguro”, defendeu.

Consta no relatório que aproximadamente 818 milhões de crianças do mundo todo não têm instalações básicas para lavar as mãos onde estudam. 295 milhões delas estão na África.

A situação é muito mais crítica nos países pobres e subdesenvolvidos, 7 em cada 10 escolas carecem de instalações básicas de saneamento e água limpa para higienizar as mãos pelo menos.

Alunos com água, mas sem sabão

Outro dado expõe que cerca de 355 milhões de crianças que voltaram para as aulas em tempos de pandemia tinham instalações com água, mas por outro lado não havia sabão para completar a higiene e eliminar o vírus.

Outras 462 milhões de crianças estavam em escolas que não tinham instalações ou água disponível para lavar as mãos.

“O acesso à água, saneamento e serviços de higiene é essencial para a prevenção e controle efetivo de infecções em todos os ambientes, inclusive nas escolas”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “Deve ser um foco principal das estratégias governamentais para a reabertura e operação segura das escolas durante a pandemia global da Covid-19 em curso”, defendeu.

O problema da falta de água deve ser encarado como um obstáculo para os estados brasileiros retornarem com as aulas presenciais. Diversas entidades têm alertado sobre a possibilidade de disparar o número de casos da doença caso haja reabertura da escolas.

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