Os servidores do INSS entraram em greve por tempo indeterminado em julho de 2024. A paralisação afeta o atendimento em agências e a concessão de benefícios, causando transtornos à população.
As principais reivindicações da categoria incluem reajuste salarial, melhores condições de trabalho e a revogação da Instrução Normativa 24. O governo apresentou uma proposta de reestruturação das carreiras, mas ainda não houve acordo.
Como é que a Comissão de Legislação Participativa da Câmara se envolveu nessa greve do INSS?
A Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados está envolvida na greve do INSS ao promover um espaço de diálogo e debate sobre o tema. Em 14 de agosto, a comissão realizou uma audiência pública para discutir as motivações da greve, as reivindicações dos servidores e possíveis soluções para o impasse.
Essa audiência permitiu que representantes sindicais e servidores do INSS apresentassem suas demandas diretamente aos parlamentares, buscando sensibilizar a Câmara para a importância de se encontrar uma solução negociada para o conflito. A comissão, por sua vez, pode atuar como mediadora entre as partes envolvidas e contribuir para a construção de um acordo que atenda às necessidades dos servidores e da população que depende dos serviços do INSS.
Críticas dos servidores da autarquia quanto à terceirização de serviços
Os servidores do INSS criticam a terceirização dos serviços por diversos motivos, principalmente:
- Precarização do trabalho: A terceirização tende a gerar empregos com salários mais baixos, menos benefícios e maior rotatividade, prejudicando a qualidade de vida dos trabalhadores e a estabilidade do serviço prestado.
- Perda da qualidade do atendimento: A falta de vínculo e de conhecimento específico sobre a Previdência Social por parte dos terceirizados pode levar a um atendimento menos qualificado e a erros no processamento de benefícios, prejudicando os segurados.
- Risco de fraudes e corrupção: A terceirização pode abrir brechas para fraudes e corrupção, com empresas contratadas buscando maximizar lucros em detrimento da qualidade do serviço e da segurança dos dados dos segurados.
- Enfraquecimento do serviço público: A terceirização pode ser vista como um primeiro passo para a privatização do INSS, enfraquecendo o serviço público e dificultando o acesso da população aos direitos previdenciários.
Os servidores defendem que a solução para os problemas do INSS passa pela realização de concursos públicos para a contratação de novos servidores efetivos. Ademais, passa também pela valorização das carreiras e pela melhoria das condições de trabalho.
Impacto da greve quanto à saúde do trabalhador do INSS
Impactos físicos
- Longas jornadas em piquetes: A participação em piquetes e manifestações por longos períodos pode levar a desgaste físico, dores musculares e problemas de postura.
- Exposição a condições climáticas adversas: A realização de atividades ao ar livre, sob sol forte ou chuva, pode causar desidratação, insolação ou problemas respiratórios.
- Privação de sono e alimentação irregular: A rotina da greve pode levar a alterações no sono e na alimentação, com prejuízos para a saúde e o bem-estar.
Impactos mentais
- Estresse e ansiedade: A incerteza sobre o futuro, a pressão por resultados e o desgaste do conflito podem gerar estresse, ansiedade e até mesmo quadros depressivos.
- Isolamento social: A dedicação à greve pode levar ao afastamento de amigos e familiares, aumentando a sensação de solidão e vulnerabilidade.
- Sentimento de frustração e impotência: A falta de avanços nas negociações e a demora na resolução do conflito podem gerar frustração, desânimo e sensação de impotência.
O que se pode esperar da negociação entre o governo federal e o INSS?
As negociações entre o INSS e o governo federal em relação à greve de 2024 são complexas e desafiadoras, mas há espaço para otimismo em relação a um possível acordo.
Pontos positivos
- Diálogo aberto: A audiência pública na Comissão de Legislação Participativa demonstra a disposição do governo em ouvir as reivindicações dos servidores e buscar soluções.
- Pressão popular: A greve causa transtornos à população, o que aumenta a pressão sobre o governo para encontrar uma solução rápida.
- Interesse mútuo: Tanto o governo quanto os servidores têm interesse em encerrar a greve e retomar a normalidade dos serviços do INSS.
Pontos de atenção
- Divergência de propostas: As propostas do governo e dos servidores ainda estão distantes, especialmente em relação ao reajuste salarial e à revogação da Instrução Normativa 24.
- Crise fiscal: O governo enfrenta dificuldades fiscais, o que pode limitar sua capacidade de atender às demandas dos servidores.
- Desgaste da greve: O prolongamento da greve pode levar ao desgaste das partes envolvidas, dificultando as negociações.
Expectativas
- Negociações intensas: É esperado que as negociações se intensifiquem nos próximos dias, com a busca por um ponto de equilíbrio entre as demandas dos servidores e as possibilidades do governo.
- Concessões mútuas: Para que um acordo seja alcançado, ambas as partes precisarão fazer concessões.
- Acordo possível: Apesar das dificuldades, é possível que um acordo seja alcançado, encerrando a greve e garantindo avanços para os servidores e para a população que depende dos serviços do INSS.