O PRIMEIRO celular com câmera da história vai te fazer cair da cadeira

Lançamento foi nos anos 90

Nos anos 70, foi revelado o primeiro celular do mundo. No entanto, esse dispositivo não possuía tela, não tinha capacidade de fotografar, era pesado, bem como apresentava um alto custo. Após um tempo, ocorreram mudanças significativas nessa tecnologia. Nos anos 1990, o Japão apresentou o Kyocera VP-210, considerado o pioneiro na inclusão de uma câmera em um celular.

O aparelho também era conhecido como o Visual Phone VP-210, esse aparelho possuía apenas lente frontal, além dos botões físicos com uma pequena tela colorida. Em 17 de maio de 1999, durante a coletiva de imprensa em Tóquio, a Kyocera revelou ao mundo um sistema novo de telefone particular capaz de transmitir e receber imagens coloridas. A intenção era disponibilizar o celular no comércio japonês no fim de julho do mesmo ano.

Características do primeiro celular com câmera

Vejamos as principais características desse dispositivo:

  • O VP-210 possuía tela LCD de 2 polegadas colorida. Em comparação, os aparelhos modernos, que não possuem mais teclados físicos, são fabricados com telas entre 5 e 7 polegadas;
  • Transmissão de imagens em tempo real com taxa de aproximadamente 2 quadros a cada segundo. Por exemplo, o iPhone pode filmar 60 quadros a cada segundo;
  • Era capaz de armazenar até 20 imagens no formato JPEG (Joint Photographic Experts Group), desenvolvido no final dos anos 80 quando fotógrafos passaram a utilizar câmeras digitais. Esse formato ainda é amplamente utilizado atualmente;
  • Produzia imagens com resolução de 0,11 megapixel (MP), de acordo com a BBC. Em contraste, o iPhone 14 Pro pode capturar fotos com até 48 megapixels;
  • O VP-210 permitia o envio e recebimento de e-mails com imagens. Então, era possível enviar fotos para o computador ou mesmo outros dispositivos da época;
  • Em seu lançamento, seu preço foi anunciado como 40.000 ienes, aproximadamente R$ 1.388 na cotação atual.
O PRIMEIRO celular com câmera da história vai te fazer cair da cadeira
Lançamento foi nos anos 90 – Imagem: Divulgação

Para fins pessoais e profissionais

Em uma entrevista para a CNN americana naquele ano, Hajime Kimura, executivo de marketing da Kyocera, afirmou que pessoas poderiam usar o telefone não somente para comunicação visual com colegas, mas também para fim profissional. Ele mencionou que, por exemplo, um construtor poderia utilizar o telefone em um local de construção. Seria interessante para mostrar a situação em tempo real para pessoas na sede, facilitando negociações.

O VP-210 surgiu no auge da câmera digital, no momento de intensa atividade da indústria japonesa. Isso se deu especialmente no setor de câmera, de acordo com Marcelo Zuffo, coordenador e professor do centro interdisciplinar de tecnologia interativa da USP.

No entanto, comparado com as imagens atuais, esse dispositivo possuía uma resolução bastante inferior. Além disso, a tecnologia de internet ainda não havia chegado aos celulares, uma vez que estávamos no início da era 2G e começando a falar sobre 3G. O VP-210 utilizava um protocolo específico e primitivo, uma variação do SMS, acrescenta Zuffo.

Celular concorrente do VP-210

Embora a Kyocera tenha sido pioneira nesse campo, outras empresas também se destacaram na corrida para lançar os primeiros celulares com câmera. Em 2000, a sul-coreana Samsung lançou o SCH-V200, um telefone equipado com uma câmera de apenas 0,3 megapixel. Assim como o VP-210, o Samsung permitia o armazenamento de até 20 fotos e as imagens podiam ser visualizadas em uma tela LCD de 1,5 polegadas ou transferidas para um computador usando um cabo.

Outro aparelho que marcou época foi o Sharp J-SH04, apresentado também em 2000. Esse dispositivo possuía um sensor fotográfico de 0,11 MP e as imagens podiam ser enviadas para familiares e amigos por meio de e-mail. A Sharp defende em seu site que o J-SH04 foi o “primeiro telefone móvel equipado com câmera da indústria”, adicionando mais argumentos à discussão. No final, esses aparelhos apontaram o caminho para o desenvolvimento da indústria de celulares, conforme analisa o professor Marcelo Zuffo.

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