Na última semana, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) anunciou uma série de medidas do Governo Federal para tentar reduzir os preços dos carros populares no Brasil. É certo que o texto ainda precisa ser aprovado pelo Ministério da Fazenda, mas o fato é que alguns pontos já podem ser considerados pelos cidadãos que desejam obter um automóvel.
Para além da redução da incidência de alguns impostos, Alckmin também anunciou que o Governo vai tentar colocar em prática a chamada venda direta. Trata-se de um sistema em que o cidadão vai ter o poder de comprar um carro diretamente na concessionária, ou seja, a loja poderia virar apenas uma vitrine, já que o indivíduo poderia realizar as tratativas diretamente com a fábrica.
Este sistema não é dos mais vantajosos nem para as fábricas, que poderiam perder uma importante margem de lucro, e nem para as lojas. Contudo, caso a ideia seja aprovada pelo Ministério da Fazenda, os compradores é que poderiam sair ganhando. Afinal de contas, os carros poderiam ser comprados a um preço muito mais barato.
Carro a R$ 50 mil
Hoje, dados oficiais mostram que um carro popular no Brasil custa, no mínimo, R$ 68 mil nas concessionárias brasileiras. A avaliação de especialistas na área é de que o formato de venda direta poderá deixar o automóvel a um preço próximo dos R$ 50 mil, ou um pouco acima disto.
É importante lembrar que este processo de venda direta ainda precisa ser aprovado pelas convenções de concessionários. Em caso de aprovação, há uma notável chance de aumento da venda dos carros, já que eles poderiam ter uma redução de preço sensivelmente maior.
De qualquer forma, também é importante lembrar que esta medida apresentada por Alckmin ainda está no campo das propostas. O plano ainda teria que passar pelo aval do Ministério da Fazenda e também das concessionárias antes de se tornar uma realidade.
Veja como poderiam ficar os preços de alguns carros populares do país com as medidas apresentadas pelo Governo Federal:
- Renault Kwid Zen – de R$ 68.990 para R$ 53.990;
- Fiat Mobi Like – de R$ 68.990 para R$ 53.990;
- Citroën C3 Live 1.0 – de R$ 72.990 para R$ 57.990;
- Fiat Argo Drive 1.0 – de R$ 79.790 para R$ 64.790;
- Renault Stepway Zen 1.0 – de R$ 79.990 para R$ 64.990;
- Volkswagen Polo Track – de R$ 81.370 para R$ 66.370;
- Hyundai HB20 Sense – de R$ 82.290 para R$ 67.290;
- Volkswagen Polo MPI – de R$ 83.390 para R$ 68.390;
- Fiat Cronos 1.0 – de R$ 84.239 para R$ 69.239;
- Chevrolet Onix 1.0 – de R$ 84.390 para R$ 69.390.
Preço do carro popular
Segundo analistas, não são apenas os carros novos que poderão ter um recuo de preço com as novas medidas do Governo Federal. Na medida em que as mudanças são aplicadas para estes veículos, os usados também poderão ser impactados, mesmo que indiretamente, o que também poderia gerar uma queda de preços.
“A redução no valor do usado será a mesma ou até um pouco mais. É a regra clássica e o lucro das concessionárias será impactado”, disse Paulo Cardamone, diretor executivo da consultoria Bright Consulting.
“Se a medida durar seis meses, teremos entre 130 mil e 150 mil carros vendidos. Se durar um ano, será o dobro. Mas a frota de carros do país é de 40 milhões”, completou ele.
A duração do projeto
Para o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), o projeto de barateamento dos carros populares deverá ser curto, e não poderá durar muito mais do que alguns poucos meses.
“Estou falando de um programa que vai durar de três a quatro meses, não de uma coisa estrutural, mas que pode segurar o fechamento de plantas nessa transição. Você segura a onda no momento em que está difícil para o setor”, disse o Ministro da Fazenda em entrevista à Globo News no final da última semana.