O uso de combustíveis fósseis continua gerando muita discussão ao redor do mundo. As autoridades de diversos países estão definindo datas para o fim das emissões de carbono. Isso quer dizer que a gasolina e o diesel podem estar com os dias contados.
Em resumo, a obtenção destes combustíveis fósseis ocorre através de refinamento e do processo químico do petróleo. Em resumo, todas essas etapas resultam na mistura de hidrocarbonetos, com cinco a dez átomos de carbono na cadeia.
Aliás, a quantidade de hidrocarbonetos que compõem a gasolina definem a sua qualidade. Por falar nisso, hidrocarbonetos são compostos orgânicos que contêm átomos de carbono e hidrogênio.
Embora os combustíveis fósseis sejam muito utilizados em todo o mundo, as consequências de seu uso são bem ruins para o planeta. A saber, o processo da queima da gasolina e do óleo diesel resulta na emissão de gases do efeito estufa na atmosfera, intensificando o aquecimento global.
Entre as consequências do aquecimento global, as mais graves são:
- Aumento do nível dos oceanos;
- Degelo;
- Desertificação;
- Inundações;
- Redução da biodiversidade.
Diante de previsões bastante catastróficas para o futuro do planeta Terra, diversas nações vêm se comprometendo a reduzir suas emissões de gás carbono (CO2) nos próximos anos. E os combustíveis fósseis, como gasolina e diesel, podem estar perto do fim.
Nova gasolina surpreende motoristas
Nos últimos anos, os países estão aumentando os encontros e reuniões para discutir as mudanças climáticas no planeta. Esses eventos também resultam em proposição de mecanismos que visem garantir a efetividade das medidas adotadas. Por exemplo, a Europa planeja acabar com as emissões de gás carbono até 2035, ou seja, as restrições ao carbono estão cada vez maiores no mundo.
Essa é uma das razões para a Porsch começar a produzir uma gasolina sintética, chamada de “e-combustível”. Inclusive, a empresa alemã de automóveis desportivos inaugurou em 2022 a sua fábrica para produção do combustível sintético.
Em síntese, o complexo da Porsch fica em Punta Arenas, uma região inóspita do Chile. No local, o vento sopra cerca de 270 dias por ano, e isso é muito bom para a produção da gasolina sintética, que é obtida através da eletrólise do hidrogênio com a adição de CO2.
A realização desse processo ocorre por meio da energia solar e eólica. Por isso que o complexo foi construído em um lugar onde o vento está bem presente, aumentando o desempenho da produção.
Além disso, a Porsch também aproveitou a proximidade ao Estreito de Magalhães, fator que torna o transporte do combustível bem mais fácil. Essa fase piloto da nova fábrica da Porsch irá produzir cerca de 130 mil litros da gasolina sintética por ano. Entretanto, com o aumento gradual esperado, estima-se que a produção atinja 550 milhões de litros do combustível por ano em 2027.
Esse empreendimento deverá fazer a Porsch alcançar a neutralidade de carbono em 2030. Em outras palavras, não deverá haver mais automóveis da empresa que utilizem combustíveis fósseis.
Desempenho do combustível
Muitos motoristas temem que a nova gasolina não tenha um desempenho tão bom quanto o combustível fóssil. No entanto, os testes já feitos indicam que esse novo combustível poderá oferecer os mesmo benefícios da versão que utiliza petróleo em sua composição.
Como o processo para a gasolina sintética consiste na separação da água em moléculas de gases hidrogênio e oxigênio, através de turbinas eólicas, não haverá emissão de gases poluentes na atmosfera. Em seguida, o carbono da atmosfera é capturado para ser utilizado no processo.
Dessa forma, a Porsch reduz a quantidade desses gases na atmosfera e ainda permite aos motoristas que utilizem esse combustível normalmente em qualquer veículo movido a gasolina fóssil. Todo esse processo é mais caro para as empresas, que precisariam construir fábricas, atualmente inexistentes. Contudo, as pressões mundiais pela redução da emissão de gás carbono já fez a Porsch dar um grande passo para um futuro menos poluído.
Vale destacar que os carros elétricos também são uma opção para a redução da emissão de gases de efeito estufa. Entretanto, isso só acontece quando há conciliação com a matriz energética para fontes renováveis.
Portanto, a mudança para esses veículos só será positiva para o meio ambiente se a energia utilizada vier de fontes renováveis, como a solar e a eólica. Isso sem contar nas baterias destes veículos, que ainda são caras e difíceis de serem recicladas.
De todo modo, as ações promovidas pelas empresas automobilísticas para reduzir a quantidade de gases de efeito estufa deverão ganhar cada vez mais força no mundo. Assim, a gasolina e o diesel, produzidos a partir do petróleo, terão seu uso reduzido significativamente nos próximos anos.