O Desenrola Brasil é o mais recente projeto governamental, que visa facilitar a reestruturação das obrigações de inúmeros cidadãos brasileiros. Recentemente inaugurado, a etapa inicial desse programa oferecerá auxílio a indivíduos que ganham até R$ 20 mil e apresentam dívidas em bancos.
Desse modo, as renegociações ocorrerão de maneira direta com as entidades financeiras. Mas, e quanto aos clientes do Nubank?
Os principais bancos do país, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, já anunciaram sua participação no projeto. Entretanto, o Ministro da Economia, Fernando Haddad, trouxe notícias desfavoráveis para os clientes endividados com uma das principais fintechs do país, a empresa Nubank.
Nubank talvez não participe do Desenrola Brasil
A participação do Nubank no Desenrola Brasil ainda é incerta. Durante uma coletiva de imprensa realizada na última segunda-feira (17), o Ministro Haddad revelou que havia dúvidas sobre a adesão da empresa ao novo programa desenvolvido pelo Governo Federal. Ele esclareceu que a instituição financeira em questão possui poucas vantagens no crédito presumido.
Diversas instituições já confirmaram sua participação na fase inicial do Desenrola Brasil, incluindo:
- Caixa Econômica Federal;
- Itaú;
- Santander;
- Banco do Brasil;
- Bradesco;
- Inter;
- PicPay.
Até o momento, o Nubank não divulgou informações detalhadas sobre seu envolvimento ou rejeição à reestruturação das dívidas.
Desenrola Brasil 2023: Novas diretrizes para ajudar as pessoas a sair do vermelho
O Programa Desenrola Brasil é uma iniciativa do Governo Federal que visa ajudar as pessoas a renegociar suas dívidas com bancos, financeiras e outras instituições financeiras. O programa foi lançado em 2019 e já ajudou mais de 30 milhões de pessoas a sair do vermelho.
Em 2023, o Desenrola Brasil terá novas diretrizes, que estão sendo elaboradas pelo Ministério da Economia. Assim, o programa se tornará mais acessível e eficiente, ajudando ainda mais pessoas a renegociar suas dívidas.
Aqui estão algumas das diretrizes que estão sendo consideradas:
- Ampliação do prazo de renegociação – O prazo para pagamento será ampliado para até 60 meses. Isso dará mais tempo para as pessoas quitarem suas dívidas sem pressão;
- Redução das taxas de juros – As taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras serão reduzidas. Isso tornará a renegociação mais acessível para as pessoas;
- Aumento do número de instituições participantes – Com mais empresas participando, as pessoas conseguirão encontrar uma instituição que aceite negociar suas dívidas;
- Simplificação do processo.
Quem poderá participar do programa em cada fase?
Primeira fase
A primeira etapa já está em andamento, destinada a pessoas com renda de até R$ 20 mil e dívidas atrasadas de qualquer valor. Os interessados devem verificar se sua instituição bancária aderiu ao programa, pois cada banco pode optar por participar ou não, como visto acima no caso do Nubank.
É importante ressaltar que somente as dívidas contraídas entre 2019 e 31 de dezembro de 2022 serão renegociadas. A iniciativa abrange apenas débitos com os próprios bancos, excluindo as dívidas com concessionárias de serviços, como água e luz, e com lojas.
O prazo para realizar as renegociações é até 30/12/2023. Além disso, os bancos que participarem do programa também farão automaticamente a “limpeza do nome” daqueles que possuem dívidas de até R$ 100. Com essa medida, aproximadamente 1,5 milhão de pessoas serão beneficiadas.
É importante destacar que essa “limpeza do nome” não significa um perdão das dívidas. Os devedores precisam comparecer aos bancos para renegociá-las. Caso não o façam, poderão voltar a ter restrições em seu nome no futuro.
Segunda fase
A próxima etapa está prevista para setembro. Ela é voltada para a faixa 1 de renda, composta por trabalhadores que recebem até dois salários mínimos (R$ 2.640) ou pessoas cadastradas no CadÚnico, que reúne beneficiários de programas sociais.
Nessa segunda fase, serão consideradas dívidas de até R$ 5 mil, incluindo não apenas débitos com os bancos, mas também contas de energia, internet e telefone. Essa etapa é considerada um teste crucial para o programa, uma vez que o governo lançará uma plataforma específica para utilização de devedores e instituições financeiras. Porém, ainda não está claro como o aplicativo funcionará. Assim, garantir sua eficácia e facilidade de uso é um dos desafios a serem enfrentados.