Metade dos trabalhadores ocupados se expõe a fatores negativos à saúde
Quase metade dos trabalhadores ocupados do Brasil estão expostos a fatores que podem piorar a situação da saúde deles. Quem diz isso é uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com os dados, 49% dos empregados brasileiros estão nesta situação.
Os dados da pesquisa são ainda de 2019. Isso quer dizer portanto que o levantamento não pegou o perigo da contaminação pela Covid-19 no ambiente de trabalho. Caso a pesquisa fosse de 2020, é provável que os números fossem ainda mais alto justamente por esse motivo. Os números do IBGE passaram por uma divulgação nesta sexta-feira (7).
No entanto, os principais analistas de saúde no trabalho afirmam que esses números são altos independente da pandemia. Isso porque dá para dizer que, em condições normais, quase metade de todos os trabalhadores do país estão expostos dentro do mercado de trabalho, que deveria ser um local de maior segurança possível.
O IBGE fez esse levantamento através da sua Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). Em números totais, o levantamento revela que cerca de 48,5 milhões de pessoas trabalham em um ambiente com algum fator que pode piorar a situação de saúde deles.
Esses fatores podem ser: ruídos, materiais radioativos, resíduos urbanos ou material biológico, por exemplo. Todos esses elementos podem acarretar em um comprometimento na saúde física desses empregados. Principalmente quando a exposição acontece por um longo período de tempo.
Adicionais
Para casos como estes, a lei brasileira exige o pagamento de alguns adicionais. O mais famoso dele, aliás, é o adicional de insalubridade. Essa espécie de bônus vai para todas as pessoas que trabalham justamente com esses fatores de forma contínua.
Um gari, por exemplo, está em um nível alto de exposição com materiais biológicos. Isso acontece porque, como se sabe, esses trabalhadores estão todos os dias em contato direto com lixo. Assim, esses profissionais precisam receber esse tipo de adicional no mesmo momento em que recebe o salário. É um direito.
Há ainda o adicional de periculosidade. Esse segundo, no entanto, não vai para pessoas que trabalham em condições de perigo para a saúde, mas com risco de vida. Podemos citar, por exemplo, os policiais, que trabalham quase sempre em perigo.
Risco para a saúde
O problema em toda essa questão é que boa parte dos trabalhadores que estão expostos dentro dessas condições não são empregados formais. Isso quer dizer portanto que eles não podem pedir esses adicionais de insalubridade nem de periculosidade.
A pesquisa do IBGE não apresentou qual a quantidade de trabalhadores informais que estão dentro deste problema. No entanto, dá para imaginar que não são poucos. Isso porque o país vem registrando um aumento no número de empregados sem carteira assinada nos últimos anos.
De todo modo, analistas dizem que os números mostram que o Brasil precisa cuidar da melhor da saúde dos seus trabalhadores. Eles afirmam que isso é uma questão de respeito até com as contas públicas. Isso porque quanto mais os empregados adoecem, mais o estado tende a gastar com isso.