Mesmo com crise, 41% dos brasileiros das classes C e D trocaram de celular no último ano

Pesquisa revela que mais da metade tem smartphones acima de R$ 2 mil; preferência da maioria é por Samsung

A crise econômica em que o Brasil se encontra não foi um contratempo para que 41,2% dos brasileiros das classes C e D trocassem de celular no último ano. Segundo a “Pesquisa Go2Mob/FirstCom sobre o uso de celulares pelas Classes C e D”, entre quem não trocou de aparelho, 47,6% pretendem fazê-lo nos próximos 12 meses. 

O estudo também mostra que 58,2% dos entrevistados possuem smartphones com preço médio acima de R$ 2 mil, embora 66,1% deles contem com uma renda familiar inferior a mil reais mensais. Com um dispositivo tão caro, era de se esperar que o uso do celular é para atividades que dependem mais do hardware, mas o primeiro item da atividade mais comum é o acesso às redes sociais, resposta de mais da metade (54%) dos participantes. 

Utilizar o smartphone para jogar vem segundo lugar, com 31%, esta atividade sim dependente do hardware do dispositivo, assim como assistir vídeos, que vem na sequência (29%). Trocar mensagens de texto (28%), fazer ligações de voz (26%), fotografar ou gravar vídeos (23%) e comprar (11%), foram as outras preferências apontadas. 

Celular é o objeto de desejo e marca importa 

Para Alexandre Ramalho, CEO da Go2Mob, empresa de soluções mobile que produziu o estudo, o celular é um objeto de desejo das classes C e D. “Mesmo com uma renda familiar mais baixa, priorizam a compra de smartphones”, afirma. 

A facilidade no pagamento em várias parcelas e um uso mais recorrente da Internet depois da pandemia são fatores que impulsionaram as vendas também nestas classes sociais, ainda segundo o executivo. Não é incomum que o aparelho seja o único dispositivo com acesso à Internet para pessoas das classes C e D, o que torna importante um dispositivo mais potente. 

A escolha não passa somente por características do aparelho, também cobre a marca. Entre os que trocaram o celular no último ano, a maioria (49%) optou por um dispositivo da Samsung (49%). Em segundo lugar, aparece a Motorola (21,4%), seguida pela chinesa Xiaomi (6,9%) e a norte-americana Apple (6,4%). 

Já entre aqueles que pretendem realizar a troca nos próximos 12 meses, o cenário é parecido, embora algumas marcas apresentem uma taxa de intenção maior em comparação com as aquisições realizadas no último ano. A Samsung lidera a preferência (40,3%), seguida pela Motorola (17,3%), Xiaomi (17,1%) e Apple (14,5%). 

Redes sociais dominam 

Apenas 9% dos entrevistados não acessam redes sociais no celular, mostrando a importância do canal na vida dos brasileiros. O preferido é o WhatsApp (58%), mas mais da metade (52%) também utilizam o Facebook (52%). Instagram (36%) e YouTube (29%) vêm na sequência. Redes como Twitter (6%), Pinterest (5%), LinkedIn (2%) e Clubhouse (1%) são menos utilizadas.

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Como não poderia deixar de ser, o WhatsApp também alcança a liderança entre os aplicativos mais utilizados para trocar mensagens de texto e realizar chamadas de vídeo, com 77%. O Facebook fica longe neste quesito, com 19% da preferência, seguido pelo SMS (16%), Telegram (6%), Google Meeting (5%), Zoom (3%), Microsoft Teams (2%) e Skype (2%). Outras ferramentas são acessadas por 6% dos participantes e 8% não utilizam aplicativos do tipo no telefone. 

O estudo também mostrou o ranqueamento de aplicativos de outros segmentos. Entre os apps de bancos, o da Caixa Econômica Federal (18%) é o mais utilizado, um reflexo do pagamento do Auxílio Emergencial. O Nubank (10%), Itaú Unibanco (8%), Banco do Brasil (8%) e Santander (6%) completam o top cinco. É interessante destacar que 39% dos entrevistados não tem esse tipo de aplicativo no celular, um espaço para crescimento do setor. 

Quando o assunto são os aplicativos de compra, o mais popular entre os entrevistados é o Mercado Livre (21%), mas iFood (11%), Americanas (10%), Magalu (8%) e Amazon (6%) também disputam a preferência dos usuários. 

Metodologia 

O estudo foi realizado pela Go2Mob, empresa de soluções mobile, em parceria com a agência de relações públicas FirstCom Comunicação. Foram mais de 4,5 mil brasileiros das classes C e D entrevistados, abordando pessoas de todos os estados do País e o Distrito Federal. A entrevista ocorreu no dia 18 de maio deste ano, por celular.

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