A Marisa, uma das maiores varejistas de moda feminina e lingerie do Brasil, anunciou recentemente o fechamento de quase 100 lojas em todo o país. A empresa está empenhada em recuperar sua capacidade de gerar caixa e voltar a ser rentável. O plano de otimização operacional da companhia previa inicialmente o fechamento de 92 lojas, mas a empresa decidiu preservar unidades em que foram identificadas melhorias operacionais.
Investimentos e resultados
A Marisa investiu cerca de R$ 44,5 milhões no fechamento das lojas, um valor 16% abaixo do custo previsto inicialmente. Com essa reestruturação, a empresa projeta uma potencial captura de Ebtida de aproximadamente R$ 40 milhões em 2023 e de cerca de R$ 60 milhões ao ano a partir de 2024. Além disso, a companhia busca maximizar a produtividade e o resultado operacional, contando com o suporte do braço digital e inovações no modelo operacional.
O processo de redução das despesas de vendas, gerais e administrativas já foi concluído, resultando em uma geração extra de caixa de R$ 35 milhões ao ano. Ao longo do segundo semestre, a empresa pretende otimizar ainda mais os serviços de terceiros e outras despesas, o que deverá gerar uma economia adicional de pelo menos R$ 10 milhões por ano.
CRISE financeira e reestruturação da Marisa
A Marisa vem enfrentando uma longa crise financeira há mais de 10 anos. Com foco na classe média, a empresa enfrentou dificuldades em manter preços baixos e inovar, o que resultou na redução da qualidade dos produtos e na perda de poder de compra dessa fatia da população.
Desde 2016, a empresa passou por diversas mudanças em sua gestão, buscando soluções para reverter a situação. No entanto, as recessões de 2015 e 2016, somadas à pandemia de Covid-19, agravaram ainda mais as finanças da empresa e limitaram o crescimento do setor varejista como um todo.
Renegociação de DÍVIDAS e busca por apoio externo
Para tentar superar a crise, a Marisa contratou a BR Partners e a Galeazzi Associados para auxiliarem no processo de renegociação de dívidas e no aprimoramento de sua estrutura de custos. A empresa já renegociou dívidas com 90% de seus fornecedores e 65% dos proprietários de imóveis.
No entanto, mesmo com essas renegociações, a companhia ainda possui uma dívida líquida de R$ 461 milhões ao final do primeiro trimestre deste ano. A busca por apoio externo e a reestruturação das operações são fundamentais para garantir a sobrevivência e a recuperação financeira da empresa.
Impacto nas ações e perspectivas
O anúncio do fechamento das lojas teve impacto no valor das ações da Marisa. Durante o período da manhã, as ações da empresa subiram mais de 7%. No entanto, devido ao valor baixo das ações, que atualmente são negociadas por menos de R$ 1, as variações são intensas.
A reestruturação da empresa e a perspectiva de melhora nos resultados financeiros têm o objetivo de atrair investidores e recuperar a confiança do mercado. A Marisa continua apostando no seu modelo de negócio, com uma presença nacional e um foco na classe média.
O fechamento de quase 100 lojas pela Marisa faz parte de uma estratégia de reestruturação para enfrentar a crise financeira que a empresa vem enfrentando há mais de uma década. Com investimentos, renegociação de dívidas e otimização operacional, a companhia busca recuperar sua capacidade de gerar caixa e voltar a ser rentável.
A preservação das unidades com melhorias operacionais, a maximização da produtividade e o apoio do braço digital são pilares fundamentais nesse processo de reestruturação. Apesar dos desafios, a Marisa continua apostando no seu modelo de negócio e busca atrair investidores para garantir sua sobrevivência e sucesso no mercado varejista.