“Manifesto pela Democracia”: presidenciáveis assinam documento em defesa do Estado Democrático de Direito

Alguns dos principais postulantes a uma vaga na disputa presidencial de 2022, assinaram, nesta quarta-feira (31), um “Manifesto pela consciência democrática”.

Na data do aniversário de 57 anos do golpe militar que instituiu a ditadura em 1964, Ciro Gomes, Eduardo Leite, João Amoêdo, João Doria Jr., Luiz Henrique Mandetta e Luciano Huck assinaram o documento.

A divulgação da carta coincide com as suspeitas de que o presidente Jair Bolsonaro estaria tentando fazer com que as Forças Armadas se alinhassem politicamente ao governo.

Conteúdo do manifesto

No documento, os possíveis presidenciáveis afirmam que a democracia brasileira está ameaçada:

“Muitos brasileiros foram às ruas e lutaram pela reconquista da Democracia na década de 1980. O movimento “Diretas Já” uniu diferentes forças políticas no mesmo palanque, possibilitou a eleição de Tancredo Neves para a Presidência da República, a volta das eleições diretas para o Executivo e o Legislativo e promulgação da Constituição Cidadã de 1988. Três décadas depois, a Democracia brasileira é ameaçada”, afirmam taxativamente.

Ao longo de todo o manifesto, não há qualquer menção direta ao presidente Jair Bolsonaro.

Entretanto, os signatários afirmam que o autoritarismo pode emergir se a sociedade se descuidar da defesa dos valores democráticos:

“Exemplos não faltam para nos mostrar que o autoritarismo pode emergir das sombras, sempre que as sociedades se descuidam e silenciam na defesa dos valores democráticos.”

Ciro, Eduardo Leite, Amoêdo, Doria, Mandetta e Huck também convocam uma união nacional:

“Homens e mulheres desse país que apreciam a liberdade, sejam civis ou militares, independentemente de filiação partidária, cor, religião, gênero e origem, devem estar unidos pela defesa da consciência democrática. Vamos defender o Brasil”, finalizam.

Confira a íntegra:

“MANIFESTO PELA CONSCIÊNCIA DEMOCRÁTICA

Muitos brasileiros foram às ruas e lutaram pela reconquista da Democracia na década de 1980. O movimento “Diretas Já”, uniu diferentes forças políticas no mesmo palanque, possibilitou a eleição de Tancredo Neves para a Presidência da República, a volta das eleições diretas para o Executivo e o Legislativo e promulgação da Constituição Cidadã de 1988. Três décadas depois, a Democracia brasileira é ameaçada.

A conquista do Brasil sonhado por cada um de nós não pode prescindir da Democracia. Ela é nosso legado, nosso chão, nosso farol. Cabe a cada um de nós defendê-la e lutar por seus princípios e valores.

Não há Democracia sem Constituição. Não há liberdade sem justiça. Não há igualdade sem respeito. Não há prosperidade sem solidariedade.

A Democracia é o melhor dos sistemas políticos que a humanidade foi capaz de criar. Liberdade de expressão, respeito aos direitos individuais, justiça para todos, direito ao voto e ao protesto. Tudo isso só acontece em regimes democráticos. Fora da Democracia o que existe é o excesso, o abuso, a transgressão, o intimidamento, a ameaça e a submissão arbitrária do indivíduo ao Estado.

Exemplos não faltam para nos mostrar que o autoritarismo pode emergir das sombras, sempre que as sociedades se descuidam e silenciam na defesa dos valores democráticos.

Homens e mulheres desse país que apreciam a LIBERDADE, sejam civis ou militares, independentemente de filiação partidária, cor, religião, gênero e origem, devem estar unidos pela defesa da CONSCIÊNCIA DEMOCRÁTICA. Vamos defender o Brasil.

CIRO GOMES, EDUARDO LEITE, JOÃO AMOEDO, JOÃO DORIA, LUIZ HENRIQUE MANDETTA, LUCIANO HUCK.”

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