Os trabalhadores do Brasil tiveram um bom motivo para comemorar em 2023. Recentemente, o Governo Federal promoveu mais um reajuste no salário mínimo do país, para alegria dos trabalhadores.
Em resumo, esse foi o segundo reajuste em menos de um ano, já que o salário mínimo foi reajustado no início de 2023. A decisão do governo Lula em elevar o piso nacional para R$ 1.320 beneficiou os trabalhadores, que costumam ver apenas um reajuste anual no salário mínimo.
Por falar nisso, houve apenas três vezes, de 2000 para cá, em que o salário mínimo foi reajustado mais de uma vez por ano. Veja quando isso aconteceu:
- 2011: reajustes de 5,88% em janeiro e 0,92% em março;
- 2020: reajustes de 4,1% em janeiro e 0,58% em fevereiro;
- 2023: reajustes de 7,43% em janeiro e 1,38% em maio.
Agora, os trabalhadores de um estado do país poderão se beneficiar com mais um reajuste do salário mínimo em 2023.
Salário mínimo pode ter um novo reajuste
A saber, o governador Eduardo Leite (PSDB) encaminhou à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul um projeto de lei que prevê o reajuste de 9% no salário mínimo do estado. Em suma, esse reajuste se refere ao piso mínimo regional e se trata de uma verdadeira vitória para os trabalhadores locais.
“Se a proposta for aprovada, o Rio Grande do Sul terá o segundo maior piso regional do Brasil. O governo tem conduzido esse processo com muita responsabilidade e diálogo, com o objetivo de buscar o equilíbrio entre a valorização da mão de obra regional e a prevenção de distorções no mercado de trabalho“, explicou o governador.
Cabe salientar que esse reajuste proposto supera a variação da inflação acumulada em 2022, ou seja, promove um ganho real aos trabalhadores. Isso porque o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) variou 5,93% em 2022, e o reajuste é de 9%.
A propósito, o INPC mede a variação da cesta de compras para famílias com renda de um até cinco salários mínimos, focando nas pessoas de renda mais baixa do país. E o governo federal se baseia nesse índice para definir os reajustes salariais no país.
Faixas de categorias de trabalhadores
No Rio Grande do Sul, há cinco faixas de remuneração, conforme as categorias dos trabalhadores. Assim, cada faixa terá um valor específico referente ao salário mínimo, com todas elas sendo reajustadas em 9%, caso a Assembleia Legislativa aprove o projeto.
Confira abaixo os novos valores, após o reajuste de 9%:
- Faixa 1: R$ 1.573,89;
- Faixa 2: R$ 1.610,13;
- Faixa 3: R$ 1.646,65;
- Faixa 4: R$ 1.711,69;
- Faixa 5: R$ 1.994,56.
Em síntese, a faixa 1 engloba as seguintes categorias profissionais: agricultura, pecuária e pesca; indústria extrativa; empregados domésticos; turismo; construção civil; motoboys; indústrias de instrumentos musicais e de brinquedos; estabelecimentos hípicos; etc.
Por sua vez, a faixa 2 se refere às seguintes categorias: indústria do vestuário, calçado, fiação e tecelagem; indústrias de artefatos de couro; estabelecimentos de serviços de saúde; serviços de limpeza; hotéis; restaurantes e bares; empresas de telecomunicações; etc.
Já a faixa 3 inclui indústrias de alimentos, móveis, química e farmacêutica; comércio em geral; armazéns; indústria de alimentação; indústrias cinematográficas; empregados de agentes autônomos do comércio; etc.
Os profissionais da faixa 4 são de indústrias metalúrgicas, mecânicas e de material elétrico; de indústrias gráficas, de vidros e de borracha; de condomínios residenciais; de entidades culturais, recreativas e de assistência social; auxiliares em administração escolar; vigilantes; etc.
Por fim, a faixa 5 engloba trabalhadores técnicos de nível médio, tanto em cursos integrados quanto em subsequentes ou concomitantes.
Empresários criticam salário mínimo regional
Embora a decisão de reajustar o salário mínimo regional seja positiva para os trabalhadores, o pensamento dos empresários do Rio Grande do Sul é completamente diferente. Em resumo, as entidades empresariais continuam defendendo a extinção do piso regional, afirmando que esse piso acaba com a competitividade do setor produtivo do estado gaúcho, em relação aos demais estados brasileiros.
Aliás, no início de junho, logo quando o governo do Rio Grande do Sul anunciou o projeto de reajuste de 9% do salário mínimo, diversas entidades criticaram a proposta do governo estadual. Houve a emissão de uma nota conjunta das seguintes entidades:
- Federação do Comércio de Bens e de Serviços (Fecomércio-RS);
- Federação da Agricultura (Farsul);
- Federação de Entidades Empresariais (Federasul);
- Federação das Indústrias (Fiergs).
Por outro lado, os sindicatos trabalhistas afirmaram que o piso nacional do Rio Grande do Sul perdeu ganhos nos últimos anos. Por isso, os sindicatos reivindicam um reajuste de 15,42%, bem acima da proposta do governo.