A grande maioria da população brasileira concorda com o aumento de impostos para pagar auxílios. Pelo menos é isso o que mostra uma pesquisa do Instituto Datafolha, que passou por divulgação nesta semana. Cerca de 56% da população concordam com essa lógica.
Então funcionaria assim: o Governo Federal elevaria os impostos ou criaria um tributo novo para que toda a população pagasse. Todos os cidadãos, ou pelo menos uma parte deles, passaria a fazer esses pagamentos. O Planalto pegaria o dinheiro dessa arrecadação e usaria para pagar novos auxílios.
A aprovação popular para esse tipo de ideia cresceu muito nos últimos anos. Em 2017, quando o próprio Datafolha perguntou a mesma coisa, apenas 24% da população concordava com esse aumento de impostos para a população para que o Governo criasse novos programas.
Esse crescimento certamente tem relação com a pandemia do novo coronavírus. É que agora muita gente deve ter mudado de ideia ao ver que as pessoas estão precisando de fato desse dinheiro. Outro levantamento do Datafolha mostra que a grande maioria dos brasileiros concorda que o valor do Auxílio Emergencial atual é baixo.
Aliás, o próprio Presidente Jair Bolsonaro concorda com isso. Em entrevista recente, ele disse que reconhece que os montantes deste ano do programa são mesmo baixos. Ele disse, no entanto, que não há possibilidade de aumentar esses valores neste momento por uma questão de respeito com as contas públicas.
Auxílio Emergencial
De acordo com as informações oficiais do Ministério da Cidadania, o novo Auxílio Emergencial do Governo Federal está fazendo quatro pagamentos de valores que variam entre R$ 150 e R$ 375. Esses montantes são portanto muito mais baixos do que aqueles que vimos no ano passado.
O Ministro da Economia, Paulo Guedes, concorda com o Presidente ao dizer que não há chance de aumento nesses valores. No entanto, ele afirma que existe a possibilidade de uma prorrogação do benefício por mais alguns meses. Desde que a pandemia não apresente uma melhora.
No entanto, dentro do Governo Federal não se fala muito sobre a possibilidade de aumento de impostos para pagar o Auxílio. Vale lembrar que o Presidente Jair Bolsonaro venceu as eleições de 2018 com a promessa de reduzir os tributos, e não de aumentá-los.
Segundo semestre
Se não vai aumentar os impostos, o Governo Federal tem um problema para o segundo semestre. É que membros do Palácio do Planalto estão prometendo a criação de alguns programas sociais. Resta saber, no entanto, como eles irão pagar essas ideias.
No caso do novo Bolsa Família, essa preocupação não existe. É verdade que o projeto vai ficar maior a partir do segundo semestre. Ele vai atender mais pessoas e terá uma média de pagamentos mais elevada do que a atual. No entanto, os gastos neste caso estão previstos no próprio orçamento do ano.
O problema mesmo são as outras ideias. Se o Governo quiser prorrogar o atual Auxílio Emergencial, por exemplo, então vai ter que pegar mais dinheiro. E para fazer isso, eles irão precisar de apoio do Congresso Nacional. Então é um longo caminho para se percorrer.