A Magalu Games, braço da varejista Magazine Luiza dedicado ao setor de jogos eletrônicos, acaba de lançar seus três primeiros títulos para smartphones. O Orbits Conqueror, o Speed Box e o Death Trap Nite – todos da categoria hipercasual – já estão disponíveis para download em iOs e Android em lojas de aplicativos. Os três jogos foram vencedores de uma chamada pública, aberta pelo Magalu em parceria com o BIG Festival em novembro de 2021, com o objetivo de apoiar estúdios brasileiros com recursos financeiros e mentoria.
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De acordo com Thiago Catoto, diretor do Luizalabs, área de tecnologia do Magalu, o selo Magalu Games tem sinergia com vários segmentos de negócios do grupo. O principal foco está em explorar o superapp da varejista, que hoje já conta com plataforma de e-commerce, assistente virtual, serviços financeiros e plataforma de pagamentos, entre outros.
“Podemos aproveitar os jogos para levar mais audiência para o superapp, por exemplo, assim como podemos explorar o potencial de publicidade deles”, diz. Por isso, um dos próximos passos da estratégia do Magalu é incluir um espaço para games no superapp, além de colocar sua plataforma de publicidade, o Magalu Ads, dentro dos jogos.
Os games também são uma forma da empresa avançar em outros mercados que não o varejo tradicional. Após adquirir e avançar para outros mercados, a Magazine Luiza quer expandir e conectar esse ecossistema, promovendo a sinergia entre diferentes públicos e atrair mais receita. O Magalu Games, por exemplo, é a forma da varejista se conectar com o público gamer.
Setor valioso
A empresa está de olho em um setor valioso. Em 2021, o mercado de games movimentou US$ 2,3 bilhões no Brasil, segundo a Newzoo, consultoria especializada no setor. No mundo, foram US$ 180 bilhões. Outro dado aponta que cerca de 93 milhões de pessoas no Brasil usam celular, computador ou videogame para jogar.
Além disso, segundo o instituto de pesquisas Kantar Ibope, o Brasil tem a sexta maior média diária de tempo de jogo do mundo. Os brasileiros passam, em média, duas horas e meia por dia envolvidos com games, 16 minutos a mais que a média diária mundial.
No ano passado, apenas os jogos da categoria hipercasual – que são os games jogados em intervalos curtos, como a ida até o banheiro ou a espera em uma fila – registraram cerca de 13 bilhões de downloads em todo o mundo. A receita do segmento chegou a 3,4 bilhões de dólares no mesmo período, com crescimento de 15% em relação a 2020.
Catoto avalia que o Brasil tem um enorme potencial não só como consumidor, mas como polo desenvolvedor de games. No entanto, os games do tipo passatempo fazem parte da primeira etapa de um plano mais ambicioso da companhia. O executivo diz que a ideia é criar jogos mais complexos, e que são jogados em computadores e consoles.
Setor gamer na mira
Desde 2021, o Magalu vem entrando com força no mundo gamer. A compra do Jovem Nerd – principal produtora brasileira de conteúdo para o público geek – foi um dos principais movimentos nessa área. Ao adquirir a marca, em abril de 2021, a companhia também se tornou proprietária de itens de propriedade intelectual que devem se transformar em um jogo eletrônico a ser lançado até 2023.
Mas o maior movimento da Magazine Luiza no mercado gamer foi a aquisição, em julho do ano passado, do KaBuM!, o principal e-commerce de tecnologia e de jogos eletrônicos. O KaBuM! é também um dos precursores dos esportes eletrônicos (e-sports) no Brasil. Criou uma das maiores equipes de League of Legends (LoL) do País, a KaBuM! Esportes, tetracampeã nacional e a primeira representante brasileira no campeonato mundial.
Já a união da NSE, braço de e-sports da Netshoes (que também pertence à Magazine Luiza), com a e-Flix, empresa de gestão de times de e-sports, deu origem à Netshoes Miners, que tem equipes de FIFA e Free Fire.