Literatura: Seis primeiros livros para começar

Em primeiro lugar, para definir um livro é um clássico, sua qualidade precisa passar por critérios de comprovação. Críticos literários e professores de literatura analisam diferentes obras na tentativa de identificar detalhes relevantes.

A análise de uma obra consiste em observar se a mensagem escrita ainda é relevante, independente da passagem do tempo.  O livro precisa sobreviver sua própria geração e ter algo a dizer mesmo anos depois da sua publicação.

SENHORA de José de Alencar

Este é justamente um livro que entrega uma leitura prazerosa. No entanto, o enredo traz uma história apaixonante de vingança, contando a história de uma mulher como uma personagem muito forte que é Aurélia. Ela começa “pobrezinha” e apaixonada por um rapaz. Contudo, acaba abandonada por ele, sendo trocada por uma mulher mais rica. Depois ela se torna uma mulher muito rica, quando recebe uma grande herança. A partir disso vai se vingar do homem que a trocou pelo dinheiro.

É uma história legal, como todos os outros livros do romantismo.

MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRAS CUBAS de Machado de Assis

Embora os livros de Machado de Assis não sejam fáceis de ler, uma obra bem famosa é “Memórias Póstumas de Brás Cubas”. Primeiramente, a genialidade de Machado de Assis fez com que ele se tornasse um dos escritores favoritos entre os amantes da literatura brasileira. Este é um dos livros obrigatórios para conhecer mais sobre clássicos. Pois, Machado de Assis faz muitas referências culturais em todos os seus livros, ilustrando em palavras a realidade na qual os cidadãos vivem.

O CORTIÇO de Aluízio Azevedo

Tudo se passa num cortiço, que seria o precursor da favela no Rio de Janeiro. Porque um imóvel ou terreno foi dividido em muitas casas, pertencendo a um único proprietário. Nas diversas casas, residiram famílias muito pobres que viviam em condições insalubres, sem higiene e sem algum tipo de preocupação do governo com relação ao bem-estar e a segurança delas. No entanto, mesmo com todas as dificuldades, as famílias pagavam aluguel ao proprietário para permanecer no local. Por fim, trata-se de um livro de 1890 com algumas teorias sociais que podem trazer discordâncias. Daqueles que o leram por inteiro, é difícil encontrar quem não goste deste livro. Praticamente, é impossível ficar indiferente com a leitura desta obra.

CLARA DOS ANJOS de Lima Barreto

Lima Barreto, também autor de “O triste fim de Policarpo Quaresma”, costuma ser considerado um escritor pré-romântico com sua narrativa irônica. Barreto tinha muita relação com as desigualdades, ele trazia o Rio de Janeiro do subúrbio em suas falas, que também eram abandonados pelo Poder Público. “Clara dos Anjos” não é sua obra-prima, mas é uma tentativa de denúncia feita pelo autor com histórias de mulheres negras que estavam vulneráveis e eram vítimas de rapazes brancos que gostam de seduzi-las. No começo do século XX isso era considerado crime, mas Lima Barreto sabia que nunca seria punido de verdade.

AS TRÊS MARIAS de Rachel de Queiroz

A primeira mulher escritora que alcançou uma relevância nacional é Rachel de Queiroz, sendo elogiadíssima pelos críticos do seu tempo, mesmo ainda jovem. Muitos inclusive duvidaram que seus textos fossem escritos por uma mulher, porque se acreditava que mulheres não seriam capazes de escrever tão boa literatura. “As três Marias” é um romance de formação que tem toques autobiográficos, a autora fala muito dela mesma no decorrer da história na figura da protagonista Maria Augusta, que junto com as amigas Maria da Glória e Maria José compuseram o título do livro. A protagonista conta sua história de vida a partir de quando esteve no internato para meninas ricas na cidade de Fortaleza. Trata-se de um livro revelador que ajuda a entender, inclusive, a personalidade da Rachel de Queiroz.

VIDAS SECAS de Graciliano Ramos

É um romance forte que fala de sofrimento, miséria e pobreza, no entanto, entrega uma leitura razoavelmente tranquila. A obra é composta de episódios, os capítulos são independentes entre si. O entendimento principal é que a história completa do livro se passa entre duas grandes secas no estado de Alagoas.

Os personagens principais são uma família de retirantes que necessitam de educação, dinheiro, terra para morar, terra para plantar e até mesmo de linguagem. Eles tiveram uma vida tão rústica com tão pouca instrução na vida que são inclusive incapazes de expressar seus pensamentos e sentimentos através de palavras. É uma vida tão seca quanto a paisagem da Caatinga. No entanto, Graciliano consegue trazer esses personagens rústicos de maneira muito impressionante que nenhum outro escritor jamais conseguiu fazer igual. É um dos melhores livros da Literatura Brasileira do século XX e não é difícil de ler.

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