Língua Portuguesa: Como evitar o uso do gerundismo

A língua é um organismo vivo em constante evolução, refletindo as mudanças e as tendências da sociedade. Entre os fenômenos linguísticos que despertaram atenção e debate, o “gerundismo” emergiu como um fenômeno interessante e, muitas vezes, controverso.  A seguir, investigaremos o conceito de gerundismo, explorando suas características linguísticas, suas origens e as implicações que traz para a comunicação profissional.

Definição

O gerundismo, em sua forma mais básica, é uma construção gramatical na qual o verbo no infinitivo é substituído por um verbo no gerúndio, gerando estruturas como “vou estar fazendo” ao invés de “vou fazer”. Essa construção é objeto de discussão constante, principalmente em ambientes profissionais, devido à percepção de que soa redundante e inadequada.

As características distintivas do gerundismo incluem o uso excessivo do gerúndio, frequentemente em contextos onde o infinitivo seria mais apropriado, bem como a inserção desnecessária do verbo “estar” antes do gerúndio. O fenômeno é particularmente visível em situações em que se fala sobre ações futuras, como em instruções ou planos.

Um fator que influenciou a propagação do gerundismo é a busca por uma linguagem mais elaborada e, às vezes, até mais formal. A adoção equivocada do gerúndio em contextos profissionais é, em parte, uma tentativa de adicionar uma sensação de complexidade e formalidade à comunicação. No entanto, isso frequentemente resulta em uma comunicação menos clara e eficaz.

Impacto na Comunicação 

O uso excessivo do gerundismo na comunicação tem suscitado preocupações quanto à clareza, precisão e credibilidade das mensagens transmitidas. Em muitos contextos, como em apresentações, reuniões de negócios e redações formais, a linguagem deve ser direta e eficaz para garantir a compreensão e a confiança dos interlocutores.

O gerundismo pode prejudicar a comunicação ao criar ambiguidade e tornar as mensagens mais longas e complicadas do que o necessário. Além disso, a construção frequentemente é vista como uma tentativa artificial de tornar a linguagem mais sofisticada, o que pode afetar negativamente a imagem do comunicador.

Portanto, evitar o uso do gerundismo é mais do que uma questão de gramática; trata-se de aprimorar a qualidade da comunicação. A comunicação clara e precisa é crucial em contextos profissionais, onde a eficácia na transmissão de informações pode influenciar negociações, colaborações e decisões. A ausência de gerundismo contribui para a imagem de um comunicador habilidoso, que se expressa de maneira concisa e confiável.

Para melhorar a comunicação, é importante substituir o gerundismo por construções gramaticais mais naturais. O uso correto do infinitivo, combinado com verbos auxiliares apropriados, pode fornecer clareza e precisão à mensagem transmitida. A simplificação da linguagem, sem perder a qualidade do conteúdo, é essencial para se comunicar de maneira eficaz.

O gerundismo consiste em um vício de linguagem. Imagem: Paco Editorial
O gerundismo consiste em um vício de linguagem. Imagem: Paco Editorial

Aqui estão algumas dicas práticas para evitar o uso incorreto do gerúndio:

Prefira o infinitivo: Sempre que possível, opte pelo uso correto do infinitivo em vez do gerúndio. Por exemplo, substitua “vou estar falando” por “vou falar”.

Redação clara e direta: Procure ser claro e direto em suas frases. Evite construções que tornem a mensagem redundante ou ambígua.

Leitura e revisão: Ler e revisar seu próprio trabalho é essencial para identificar possíveis instâncias de gerundismo. Ao revisar, esteja atento a construções inadequadas.

Amplie seu vocabulário: Um vocabulário diversificado pode ajudar a encontrar formas mais precisas e variadas de expressar suas ideias, evitando a repetição do gerundismo.

Exercite a escrita e a fala: Pratique escrever e falar em situações formais e informais. Quanto mais você praticar, mais natural será evitar o gerundismo.

Busque feedback: Peça feedback de colegas, professores ou profissionais experientes. Eles podem identificar padrões que você possa não ter notado.

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