Na segunda-feira (29), o Banco Central do Brasil divulgou em nota as estatísticas monetárias e de crédito de fevereiro em seu site oficial. No documento, o BC informou que a taxa média de juros no crédito livre caiu para 28,1%.
A queda dos juros no crédito livre de janeiro para fevereiro foi de 0,4 ponto percentual e de 6 pontos percentuais nos últimos doze meses.
O crédito livre trata de empréstimos em que as instituições bancárias têm autonomia para definir os juros cobrados, podendo negociar com seus clientes. No crédito oferecido às famílias, ou seja, às pessoas físicas, o Banco Central aponta um aumento na taxa média de juros de 0,6% em fevereiro, totalizando 40,1% ao ano.
Essa alta ocorreu em meio ao crescimento de 5,6% do parcelamento em cartão e no aumento da composição de dívidas em 2,7% na passagem de janeiro para fevereiro. Já no crédito para pessoa jurídica, a taxa média de juros caiu 1,4% de janeiro para fevereiro e 3,2% nos últimos doze meses, ou seja, alcançando a marca de 13,8% ao ano.
Na modalidade de capital de giro, ocorreu uma queda de 13 pontos percentuais de janeiro para fevereiro, praticamente devolvendo a alta vista no mês anterior.
Banco Central : A inadimplência e o crédito
O Banco Central apontou que a inadimplência atingiu a marca dos 2,3%, crescimento que corresponde a 0,2 pontos percentuais, considerando pessoas físicas e empresas. A inadimplência nas operações com recursos livres se manteve em 2,9%.
Com recursos direcionados, ou seja, com regras específicas estabelecidas pelo Governo, a inadimplência teve um aumento de 0,2 ponto percentual, alcançando a marca de 1,3%, considerando também pessoas físicas e jurídicas, que separadamente tiveram aumento de 0,2 e 0,4 pontos percentuais, respectivamente.
Sobre as novas datas de divulgação relacionados aos indicadores de endividamento das famílias, assim como sobre informações de renda delas, o Banco Central diz que até dezembro de 2021, esses indicadores terão sua divulgação com um atraso de informações de três meses.
No sistema financeiro, o saldo das operações de crédito totalizaram cerca de R$4 trilhões no mês de fevereiro, aumento de 0,7% em relação ao mês anterior. Esse saldo se distribui tanto entre as carteiras de empresas, com R$1,8 trilhão, como também das famílias brasileiras, com R$2,3 trilhões. Esses valores representam um aumento no mês de 0,6% e 0,8%, respectivamente.
O crédito ampliado no Brasil
Além disso, o crédito ampliado que não é do setor financeiro alcançou a marca dos R$12,3 trilhões, correspondente a 164% do PIB do Brasil. Esse número registrado em fevereiro representa um aumento de 1,6% de janeiro para fevereiro e de 17,8% no intervalo de um ano.
Além disso, o Banco Central aponta que esse crescimento do crédito ampliado foi gerado através do aumento de 2,2% em fevereiro no saldo de títulos de dívida, com destaque para os títulos públicos, que impulsionaram essa alta.
O crédito ampliado destinado às pessoas jurídicas, ou seja, para as empresas, totalizou cerca de R$4,3 trilhões, que corresponde a 57,3% do PIB brasileiro. Isso significa uma variação de 1,1% janeiro para fevereiro e de 18,0% no intervalo de 1 ano.
Em suma o Banco Central destacou o aumento nos empréstimos em fevereiro, considerando tanto o cenário mensal como no intervalo de um ano. O crédito ampliado destinado a pessoas físicas atingiu a marca dos R$2,5 trilhões, equivalente a 33,1% do PIB. Esse valor significa um crescimento de 0,7% no mês e 10,9% nos últimos doze meses.