Juros do cartão de crédito chega a cerca de 400% ao ano em agosto
Devido ao efeito do ciclo de alta “intensivo e tempestivo” da taxa Selic, pelo Comitê de Política Monetária (Copom), o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito subiu 3,5%, na mudança do mês de julho para agosto. Os dados foram divulgados na última quarta-feira (28), pelo Banco Central do Brasil. De acordo com o informado, a taxa passou de 394,9% para 398,4% ao ano.
O rotativo do cartão de crédito, assim como o cheque especial, é considerado uma modalidade de crédito emergencial. Essa é muito acessada pela população em momentos de grandes dificuldades. Contudo, muitos especialistas recomendam evitar este tipo de empréstimo, e buscar por outras linhas de crédito menos arriscadas.
Outras linhas de crédito
Entre as principais linhas de crédito livre para pessoas físicas, o cheque especial se destaca, a taxa de juros dessa modalidade passou de 127,4% ao ano em julho, para 128,6% em agosto. Já no crédito pessoal, a taxa total passou de 41,2% para 41% ao ano.
O parcelamento de dívidas no cheque especial é permitido pelos bancos desde 2018. A opção é válida para débitos que sejam superiores a R$ 200. Durante o mês de janeiro de 2020, o BC passou a aplicar uma limitação dos juros no cheque especial, chegando a 8% ao mês (151,82% ao ano).
Nesta quarta, os dados divulgados pelo Banco Central, mostraram também que, para a aquisição de veículos, os juros também sofreram um aumento. Passando de 27,6% ao ano em julho para 27,4% em agosto.
Já a taxa média de juros no crédito total, o que por sua vez inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 29,4% ao ano para 28,7% ao ano, no mesmo período. No oitavo mês de 2021, a taxa estava em 21,1%.
Juros do cartão de crédito
Ao analisar os juros para as parcelas dentro do próprio cartão de crédito, este passou de 181,7% para 185,9% ao ano. Deste modo, ao considerar o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 85,2% para 87,3%.
Durante o mês de abril de 2017, os bancos tiveram que se adequar a uma regra que os obriga a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, deste modo sendo aplicado juros mais baixos. A intenção do governo com essa regra era permitir que a taxa de juros do rotativo recuasse. Isso porque, em tese, o risco de inadimplência cai com a migração para o parcelado.
Outra taxa, além do cartão de crédito, que teve uma certa variação, foi a média de juros no crédito livre, essa subiu de 40,4% ao ano em julho para 40,6% ao ano em agosto, segundo informado pelo BC. Em agosto de 2021, essa taxa era de 29,7%. Já para as pessoas físicas, essa taxa passou de 53,4% para 53,9% ao ano, de julho para agosto, enquanto para as pessoas jurídicas foi de 23,4% para 22,8%.