Juros bancários CAEM em agosto, mas nível ainda segue elevado

Juros bancários CAEM em agosto, mas nível ainda segue elevado

Os juros bancários médios do país recuaram levemente em agosto deste ano. De acordo com o Banco Central (BC), a taxa média de juros com recursos livres de pessoas físicas e empresas chegou a 43,5% ao ano no oitavo mês de 2023.

A saber, a taxa ficou 0,3 ponto percentual (p.p.) menor que os juros registrados em julho (43,8%). Esse resultado é muito positivo, visto que a taxa está no menor patamar desde janeiro deste ano, quando a taxa de juros estava em 43,3% ao ano.

A propósito, este foi o terceiro mês consecutivo de queda dos juros bancários no Brasil. Ainda assim, a taxa segue elevada, comprometendo o orçamento de muitas pessoas.

Taxa de juros cresce na base anual

Embora a taxa tenha recuado na comparação mensal, o valor acumulado nos 12 meses ficou ainda mais elevado. Em resumo, os juros cresceram 3,0 p.p. em relação a agosto de 2022, quando a taxa estava em 40,5% ao ano.

Vale destacar que a trajetória dos juros bancários vem se mantendo em alta nos últimos anos. A variação acumulada em 2021 foi de 8,4 p.p., enquanto o avanço registrado em 2022 ficou em 8,2 p.p. A título de comparação, estes foram os maiores avanços anuais desde 2015, quando o juro bancário disparou 9,9 p.p. no país.

Todos estes dados refletem as dificuldades que as famílias brasileiras vêm enfrentando nos últimos tempos. E o nível dos juros, que se manteve abaixo de 30% ao ano durante todo o primeiro semestre de 2021, passou a acelerar nos últimos meses daquele ano, pressionado pelo aumento da taxa Selic no país.

A propósito, o Banco Central (BC) divulgou os dados nesta semana. Em suma, o indicador da entidade financeira não inclui os créditos habitacional, rural e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Juros caem para empresas e pessoas físicas

Segundo o BC, a taxa média de juros cobrada nas operações com empresas alcançou 22,6% ao ano em agosto de 2023. Isso representa uma redução de 0,4 p.p. na comparação com o mês anterior, quando a taxa ficou em 23,0% ao ano.

Da mesma forma, os juros médios cobrados nas operações com pessoa física também caíram no mês. A redução foi de 0,6 p.p. no mês passado em relação a julho.

Apesar da queda, os juros bancários são muito maiores para pessoas físicas do que para empresas. Com o recuo de agosto, a taxa média dos juros atingiu 57,7% ao ano, valor mais de duas vezes superior à taxa de operações com empresas.

Seja com for, os juros bancários cresceram nos últimos tempos no país devido ao aumento da taxa Selic. Isso porque o BC elevou em 12 vezes consecutivas a taxa Selic, entre março de 2021 e agosto de 2022. Essa foi a maior sequência de elevações da taxa Selic em 23 anos.

Para quem não sabe, a Selic é o principal instrumento do BC para segurar a inflação no país. A Selic elevada impulsiona os juros praticados no país, reduzindo o poder de compra do consumidor e desaquecendo a economia. Assim, a inflação também tende a cair, pois a demanda fica enfraquecida.

Taxa média dos juros para pessoas físicas é 2,5 vezes maior do que para empresas
Taxa média dos juros para pessoas físicas é 2,5 vezes maior do que para empresas. Imagem: Pixabay.

BC reduz taxa Selic

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reduziu pela segunda vez consecutiva a taxa básica de juro da economia brasileira. Com isso, a taxa Selic passou de 13,25% para 12,75% ao ano.

Vale destacar que a Selic afeta os juros praticados no país. Assim, quando ela sobe, puxa consigo os juros de diversos setores, como o bancário e o imobiliário. Com isso, o consumidor se vê obrigado a modificar seus hábitos, reduzindo o consumo, e, consequentemente, desacelerando a atividade econômica do país.

Apesar das recentes reduções da Selic, e da provável manutenção desses cortes nas próximas reuniões do Copom, os juros continuam em nível elevado no país. Por isso, o mais indicado é esperar por mais reduções da taxa Selic, ao longo dos meses, para adquirir bens ou serviços afetados diretamente pelos juros elevados.

Juros no rotativo do cartão

O BC também revelou que a taxa média de juros cobrada pelos bancos em relação ao cartão de crédito rotativo subiu 4,4 pontos percentuais. A saber, as pessoas que recorreram a essa modalidade enfrentaram juros de 445,7% ao ano em agosto, ante uma taxa de 441,3% no mês anterior.

Em síntese, esse foi o maior patamar alcançado pelo segmento desde maio deste ano. Como o rotativo é a linha de crédito mais cara do mercado, os analistas recomendam que o consumidor a evite, seja qual for a situação em que estiver.

A propósito, o rotativo é a linha de crédito pré-aprovada no cartão, o que facilita o seu uso pelas pessoas. Além disso, o rotativo inclui saques feitos na função crédito do meio de pagamento. Contudo, esses benefícios não compensam os juros, que são extremamente altos.

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