Instabilidade emocional e financeira: Pandemia impacta a vida de estudantes brasileiros

Entre os efeitos negativos da pandemia do novo coronavírus estão a queda no rendimento dos estudos para o ENEM

Os efeitos da pandemia chegaram à educação brasileira. Com o momento de isolamento social e aulas suspensas, estudantes do país inteiro sentiram o impacto de não evoluírem nos estudos, principalmente para o ENEM 2020.

O estudo “Juventude e Pandemia do Coronavírus”, divulgado nesta terça-feira (23), mostra algumas das consequências na vida de pessoas até 30 anos. Foram 33.688 entrevistados.

Um dos resultados mais expressivos é de que 49% dos jovens,  entre 15 e 29 anos, em algum momento pensaram em desistir do Exame Nacional do Ensino Médio deste ano.

Abalos financeiros

Idealizada por um grupo de instituições: Unesco, Conselho Nacional da Juventude (Conjur), Aliança em Movimento e Fundação Roberto Marinho, a pesquisa constatou a queda na renda por conta da pandemia um dos principais motivos para pensar no abandono do exame.

A necessidade de quarentena para evitar a disseminação do vírus fez com que aumentassem as dificuldades financeiras. Houve aumento no desemprego e diminuição de salários, impactando diretamente na vida de quem precisa estudar justamente para melhorar suas condições.

Afinal, por questão de sobrevivência, a preparação para o ENEM e outros vestibulares acaba não sendo mais uma prioridade. Cerca de 33% dos participantes admitiram a busca por renda complementar nesse período.

Na análise, pode-se ver que quatro em cada dez jovens tiveram redução ou perda na renda. Somando as famílias nessa questão, cinco em cada dez disseram que vivem essa situação.

Instabilidade emocional

Outra repercussão negativa apontada pelo estudo foi a instabilidade emocional nos estudantes que estavam se preparando para o ENEM 2020.

Muito se deve ao fato dos efeitos trazidos pela pandemia do novo coronavírus, como a própria crise financeira dentro de casa e o medo instalado na sociedade.

Ainda pode ser citada a falta de estrutura que esses estudantes têm. Um total de 32% de consultados nesse estudo disseram que não há local viável para uma aprendizagem em suas residências.

Lembrando que escolas e faculdades estão com cronograma de aulas ativo através de aplicativos e plataformas acessadas pela internet. Mas ao mesmo tempo, esses materiais não chegam a todos os alunos, sobretudo das redes estadual e municipal.

Dados sobre a conectividade de estudantes informados pela TIC Educação 2019, divulgada neste mês de junho, exibe um cenário com 39% de jovens matriculados em escolas públicas sem computador ou tablet em casa.

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