Brasil e Turquia são raros casos entre as maiores economias do mundo atualmente em que os países registram neste momento uma alta inflação, além de juros e desemprego que neste momento estão acima de 10% ao ano. Um levantamento recente foi feito pela agência de classificação de risco Austin Rafting e analisou uma série de economias.
Argentina e Rússia também estão neste momento no topo do ranking da taxa de inflação e em juros básicos, porém, em simultâneo, mantêm uma taxa de desemprego bem menor do que Turquia e Brasil. Alguns países apresentam um desemprego maior que o Brasil, como a África do Sul e a Espanha.
O levantamento reuniu os dados atualizados de 23 países, que juntos somam 81,4% do PIB Global, além das zonas euro. Neste índice, apenas Brasil e Turquia apresentam índices acima de 10%.
A Argentina lidera com sobra na liderança da taxa básica de juros, neste momento com 47% de juros ao ano, seguida da Rússia e Turquia que aparecem com 14% cada e o Brasil aparece com 12,75%, após o último reajuste da Selic. Alguns países têm adotado taxas de juros negativas, como o Japão de -0,10 e a Suíça com -0,75%.
Em relação ao desemprego, a África do Sul aparece na ponta com 35,30% e seguida da Espanha com 13,65% de desemprego ao ano. Na terceira posição está o Brasil, com 11,10% e a Turquia logo atrás com 10,70%.
Por fim, a inflação na Turquia é disparada a maior dos países analisados nos últimos 12 meses, com 69,97% no acumulado. A Argentina aparece com 55,10%, Rússia com 16,70% e o Brasil na quarta posição, com 11,30%.
No Brasil, a taxa de dois dígitos nos três indicadores (juros, inflação e desemprego) não era registrada desde a recessão econômica de 2016. Nos últimos oito meses, o país apresentou uma inflação acima de dois dígitos.
A taxa Selic já havia superado os 10% em fevereiro e na última quarta-feira (4), chegou ao patamar de 12,75%, com expectativa de que chegue a 13% até o final de 2022. Neste momento, a taxa básica de juros do Brasil já é a maior desde 2017.
A taxa de desemprego fechou o primeiro trimestre em queda, caindo para 11,10%, o que a mantém no patamar acima dos dígitos desde 2015. O que pode explicar a alta inflação no Brasil, além do desemprego e juros altos, está em relação aos problemas nas estruturas da economia do país, que há anos registra um crescimento muito baixo.
O problema no Brasil é principalmente estrutural, que a relação dos padrões acabam saindo do padrão técnico-econômico, destacando que a inflação e o desemprego costumam apresentar uma relação inversa. Neste momento, a inflação vem se tornando um problema global e atingindo até os países desenvolvidos.