Inflação: Carros, comida e gasolina ficam mais baratos. Veja lista

Dados da inflação do mês de junho divulgados pelo IBGE mostram queda nos preços de uma série de itens no Brasil

Nesta terça-feira (11), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou novos dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Assim como já era esperado por setores do mercado financeiro, o Brasil registrou uma deflação pela primeira vez em um período de nove meses, ou seja, parte dos produtos e serviços estão mais baratos.

Algumas destas reduções ocorreram por condições naturais, como o aumento da oferta de produtos alimentícios. Em outros setores, as reduções foram mais artificiais, como é o caso dos abatimentos dos preços dos carros novos, notadamente causados pela Medida Provisória (MP) do barateamento do carro popular.

O que está mais barato?

O IBGE analisou as variações da inflação em nove grupos de produtos e serviços no decorrer do último mês de junho. Os grandes destaques positivos foram as quedas registradas na alimentação e bebidas, que recuaram 0,66%, e também o setor de transportes, que recuou 0,41%.

Os alimentos

No setor de alimentos e bebidas, os destaques foram:

  • óleo de soja (-8,96%);
  • frutas (-3,38%);
  • leite longa vida (-2,68%);
  • carnes (-2,10%).
Inflação: Carros, comida e gasolina ficam mais baratos. Veja lista
Frutas estão grupo de alimentos que mais tiveram queda. Imagem: Valter Campanato/ Agência Brasil

Por outro lado, alguns outros produtos registraram aumento de preço. São eles:

  • Batata-inglesa (+ 6,43%);
  • alho (+ 4,39%).

Segundo analistas, a queda da inflação de boa parte dos produtos alimentícios se deu pela baixa de preços no atacado e da oferta maior de produtos no decorrer deste ano de 2023. Em 2022, por exemplo, o cenário era completamente diferente, com as produções de alimentos sendo prejudicadas por questões climáticas.

Os veículos

Já no caso dos veículos, a deflação provocou uma redução sensível dos preços dos carros novos e também dos carros usados, mesmo que em um menor grau. Diante disto, este setor contribuiu muito para a redução da inflação como um todo neste mês de junho.

Segundo analistas, sem o setor automobilístico, provavelmente o país não teria registrado uma deflação em junho. Como dito, é possível afirmar que a melhora neste cenário tem relação direta com a MP do barateamento do carro popular, promovida pelo Governo Federal e que estava em vigor desde 6 de junho.

A medida, no entanto, já foi oficialmente encerrada e não está mais em vigor. Assim, é provável que o setor de transporte volte a indicar uma inflação maior no mês de julho. Grande parte das montadoras já estão oferecendo os valores antigos mais uma vez, depois do fim do montante enviado pelo Governo Federal.

“Essa redução nos preços está relacionada ao programa de descontos para compra de veículos novos, lançado em 6 de junho pelo governo federal. Isso pode ter relação também com a queda dos preços dos automóveis usados”, disse André Almeida, analista da pesquisa do IBGE.

Ainda no campo dos transportes, também é importante lembrar que houve uma redução da inflação gerada por uma queda nos preços médios dos combustíveis no Brasil. Veja abaixo:

Bolsa cai e dólar sobe

Dez em cada 10 economistas afirmam que os números divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (11) são positivos. Contudo, o fato é que desde o anúncio dos dados, a bolsa brasileira vem caindo e o dólar vem subindo. Por que o mercado financeiro não reagiu bem aos números que foram divulgados, se eles são positivos?

De acordo com analistas econômicos, o mercado estava projetando uma deflação de 0,10% em junho, ou seja, um freio maior da inflação. Embora o 0,08% seja um número positivo, ele volta a levantar suspeitas sobre a possibilidade de queda na taxa Selic no próximo mês de agosto.

Antes, a aposta é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) fosse reduzir a taxa de juros em 0,50 ponto. Mas diante desta nova inflação divulgada pelo IBGE, a aposta se torna mais conservadora, e há quem fale em um recuo de apenas 0,25 na Selic.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.